Esforços internacionais combatem proibição de acesso à educação de mulheres e adolescentes pelo Talibã, promovendo faculdade de medicina online.
Khawar estava se preparando para iniciar a faculdade de medicina no Afeganistão quando combatentes do Talibã invadiram a capital Cabul, tomando o poder e se tornando o único governo no mundo a impor proibição à educação a mulheres afeganas com mais de 12 anos. Uma pilha de livros didáticos já havia sido comprada por Khawar, com sonhos de se tornar cardiologista.
Apesar dos desafios enfrentados pelas mulheres afeganas sob o regime do Talibã, Khawar permaneceu determinada a lutar por seus objetivos. Ela sabia que a jornada seria difícil, mas a paixão pela medicina a impulsionava a seguir em frente, desafiando as restrições impostas pelo governo.
Khawar, uma jovem afegã que desafia o Talibã
Mas três anos depois, Khawar, uma jovem afegã, vê seus dias começarem às 4 da manhã, com orações e uma extensa lista de tarefas domésticas. ‘Meus dias normais mudaram tanto desde então. Espero que um dia tudo seja diferente’, compartilhou Khawar, que preferiu manter um pseudônimo por questões de segurança. Durante o intervalo para o almoço, ela se dedica secretamente aos estudos, buscando obter um diploma em ciências da saúde na Universidade do Povo, uma instituição online sem fins lucrativos sediada nos Estados Unidos. Esta universidade oferece educação gratuita para refugiados de todo o mundo, incluindo mulheres afegãs como Khawar.
Educação clandestina para mulheres afegãs
Além das escolas online, esforços internacionais estão se intensificando para educar adolescentes e mulheres afegãs, que são praticamente confinadas em suas casas sob um regime que as considera uma subclasse subserviente. Algumas aulas são ministradas secretamente dentro do Afeganistão, enquanto outras são realizadas online, por meio de telefones, televisão e rádio. Essas iniciativas educacionais são projetadas para alcançar o maior número possível de meninas e mulheres afegãs, visando capacitá-las com conhecimento e habilidades.
Um ato de resistência educacional
Para os educadores envolvidos, compartilhar conhecimento tornou-se uma questão urgente. Uma população sem acesso à educação é mais suscetível à manipulação. Portanto, a criação de uma rede clandestina de mulheres e meninas com habilidades e convicções é vista como essencial para o futuro do país. Essa resistência educacional é vista como um centro de esperança em meio à opressão imposta pelo Talibã.
Erfanullah Abidi e sua missão educacional
Erfanullah Abidi, ex-funcionário do governo afegão e consultor cultural da Otan, foi um dos que fugiram do Afeganistão em meio à evacuação caótica de 2021. Após se estabelecer na Austrália, ele liderou esforços para reabrir escolas para meninas afegãs, que foram fechadas pelo Talibã. Em fevereiro de 2023, Abidi e sua equipe iniciaram aulas regulares em locais secretos em todo o país. Essas aulas, embora presenciais, são realizadas com extrema cautela devido às preocupações de segurança, priorizando a proteção dos alunos e professores envolvidos.
Fonte: © CNN Brasil
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