Desigualdades no acesso a diagnósticos e envelhecimento populacional agravam taxas de mortalidade por doenças crônicas, doenças do aparelho circulatório, condições infecciosas, doenças não transmissíveis, doenças respiratórias, condições ambientais, fatores de risco, fatores de saúde e doenças genéticas.
As neoplasias desempenham um papel cada vez mais relevante na busca por cuidados de saúde no Brasil, com uma análise da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelando que a doença neoplásica é a segunda causa de morte no país, representando 26,8% do total de mortes entre homens e 19,6% entre mulheres. De acordo com a Fiocruz, as neoplasias são a principal causa de morbidade e mortalidade em geral, com a carcinoma de mama e o câncer de próstata se destacando como as neoplasias com maior incidência e mortalidade.
Além disso, é importante notar que o câncer não é apenas uma doença neoplásica, mas também um problema de saúde pública, que afeta não apenas a pessoa que a sofre, mas também sua família e a sociedade como um todo. Com a necessidade de diagnóstico precoce e de tratamento adequado, as neoplasias malignas continuam a ser um desafio importante para a saúde pública no Brasil.
Mortalidade no Brasil: a oitava causa de morte é câncer
Entre 2019 e 2023, as neoplasias malignas e carcinomas apresentaram um crescimento significativo no Brasil, destacando-se como uma das principais causas de óbito. Esse aumento alcançou 7,7%, com uma taxa de mortalidade que supera as doenças do aparelho circulatório e infecções respiratórias. Além disso, as neoplasias malignas tiveram um impacto maior nos idosos, reforçando a importância do envelhecimento da população brasileira.
A transição demográfica e epidemiológica do país, marcada pelo aumento da expectativa de vida e da taxa de fecundidade total, contribuiu para o crescimento das doenças não transmissíveis. Em 2023, a expectativa de vida ao nascer alcançou 76 anos, enquanto a taxa de fecundidade total caiu para menos de dois filhos por mulher. Esse cenário reflete as mudanças na composição da população, com as neoplasias malignas e carcinomas se tornando uma das principais causas de óbito.
Desigualdades no acesso à saúde
O impacto das causas externas, como violência e acidentes, expõe desigualdades marcantes na saúde brasileira. As disparidades são mais evidentes entre os homens pretos ou pardos, que apresentam uma taxa de mortalidade por causas externas até os 44 anos 2,7 vezes maior que entre homens brancos. Já as mulheres brancas apresentam maior mortalidade por câncer entre 30 e 69 anos, enquanto doenças do coração são mais frequentes nas pretas e pardas.
Além disso, as neoplasias malignas e carcinomas também afetam desproporcionalmente a população preta e parda. As condições infecciosas, como doenças respiratórias, também continuam causando mortes frequentes, especialmente entre idosos e crianças. A pandemia de covid-19 deixou seu impacto na mortalidade geral, causando um aumento expressivo de óbitos por doenças virais.
Infraestrutura de saúde desafiada
A infraestrutura de saúde brasileira também apresenta desafios regionais e econômicos. A distribuição de tomógrafos, por exemplo, permanece desigual, com estados como o Acre e Roraima apresentando índices muito inferiores à média nacional. Além disso, houve uma redução de 19,3% nos leitos hospitalares da rede privada e um aumento de 2% nos leitos de internação no Sistema Único de Saúde (SUS).
Esses desafios contribuem para o crescimento das neoplasias malignas e carcinomas, além de outras doenças, como doenças do coração e doenças respiratórias. A situação é ainda mais complexa, pois as neoplasias malignas e carcinomas também podem ser influenciadas por fatores de risco, como fatores de saúde, condições ambientais e doenças genéticas.
Fonte: @ Veja Abril
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