Hebert, de Senador Camará, RJ, cria versões pretas do Natal em pintura e colagem, série de arte inédita, obra que expõe no Museu de Arte por técnica de Hebert.
Na trajetória de um artista renomado do Brasil, a pintura e a colagem digital se destacam como ferramentas cruciais para expressar sua visão única. Um exemplo disto é a obra inédita, parte da série Jesus preto de 2024, compartilhada pela equipe com exclusividade para esta reportagem. Neste contexto, é notável a diversidade de elementos plásticos que o autor emprega, desde o uso de colagens digitais até a obra em si, em sua versão física, demonstrando uma conexão profunda com a arte e a imagem.
Com uma trajetória que ganha cada vez mais destaque, o artista não se limita à representação de apenas um tema, mas sua obra é marcada por uma escolha específica quando escolhe retratar Jesus, que é sempre feito em preto e apresentado com uma forte inspiração no estilo musical funkeiro. Além disso, a série Jesus preto não está isolada, pois outras obras da sua autoria, como a obra A Ascenção Continua, de 2021, revelam uma rica tapeçaria de colagens e pinturas, partindo de diversas técnicas e imagens. Neste contexto, é possível observar como a arte pode se apresentar de diversas maneiras, tanto em obras reais quanto em imagens digitais, com o mesmo poder de expressão e criação. Neste sentido, é possível discutir a evolução do artesanato e da arte plástica ao longo da pré-história e até os dias de hoje, com a inclusão de colagens digitais e obra de arte digital como manifestações criativas que abrem novas perspectivas para a arte moderna. Nesta esteira, a exposição de suas obras em galerias de arte pode ser uma oportunidade para o público apreciar a arte moderna e a obra de arte contemporânea, com uma abordagem que abrange desde a colagem até a pintura e a arte digital.
Jesus preto celebra 3 anos de sucesso,
mas o artista não se cansa de criar
A virada de tudo para Hebert Bichara Amorim, artista plástico, ocorreu em 2020 quando ele lançou a imagem de Jesus preto que se tornou viral. Com sete mil likes em um dia, a mudança foi um marco para ele, que há quatro anos estava se dedicando à arte. Hoje, ele não para de criar novas versões de Jesus, cada uma mais autêntica que a outra, simbolizando as pessoas que ele vê ao seu redor.
Ele se chama Artedeft e mora no Rio de Janeiro, cidade onde nasceu e se criou. Hebert conta que a imagem que chamou a atenção para seu trabalho foi o resultado de sua inspiração em imagens antigas, recortando, pintando digitalmente e pegando fotos aleatórias. Ele diz que a imagem ‘simbolizou tudo o que eu estava imaginando’, uma visão do mundo que ele nunca havia formulado de forma clara.
Além da imagem de Jesus preto, Hebert também trabalha com outras criações de arte, como a exposição sobre funk no Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR), que foi destacada em uma reportagem de página no jornal inglês The Guardian. Suas obras mostram o cotidiano da favela, com jovens negros vestindo camisetas, bonés e tênis das marcas preferidas. Ele é autodidata e se inspira na técnica de misturar pinturas e colagens digitais, uma habilidade que ele desenvolveu ao longo do tempo, sem acesso a recursos caros, mas vivendo na lanhouse perto de casa.
Hebert lembra que foi em uma missa com a avó que ele se deu conta de que a cor das pessoas era diferente daquela que ele via pelo mundo ao seu redor. Essa experiência contraditória o levou a questionar a fé e a realidade ao seu redor. Ele diz que a avó, que cuidava dele enquanto os pais trabalhavam, tinha muitos símbolos e imagens em sua casa, e que ele era mais atraído à igreja do que à escola. No entanto, os pais dele são umbandistas, e a Lapa é um lugar que ele conhece melhor do que a escola.
Ele conta que era um cara que as pessoas chamavam de turista na escola, e que acontecia com ele o que rola com muitos jovens periféricos para quem a arte é uma forma de expressão.
Fonte: @ Terra
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