A diversificação de reservas com criptomoedas ganha força, considerando fatores econômicos, tecnológicos e geopolíticos, além da indústria de criptomoedas e segmento de nicho, impactando ativos de reserva tradicionais com alta liquidez, baixa correlação.
2024 foi um ano marcado pela escalada da indústria de criptomoedas no Brasil, com destaque especial para o Bitcoin, que se consolidou como uma das principais opções de investimento no setor. A aprovação dos fundos cibernéticos de criptomoedas, como os ETFs de Bitcoin e Ether, abriu caminho para uma maior adesão desses investimentos em carteira no país, com um aumento significativo na procura por produtos relacionados a essas moedas. A popularidade dessas opções também se refletiu no crescimento exponencial do número de usuários nas plataformas de negociação de criptomoedas.
Algumas das principais conquistas da indústria de criptomoedas em 2024 incluem o avanço dos regulamentos, que seguiram em ritmo acelerado ao longo do ano, com o anúncio de novas regulamentações e a revisão de regras existentes. A criptomoeda foi um dos principais focos dessas mudanças, com a abertura de novas linhas de negócios e o aumento da captação de capital. Muitas empresas criptativas, como exchanges e plataformas de negociação, aproveitaram essa onda de investimento para expandir seus serviços e produtos, lançando novas criptomoedas e melhorando suas plataformas. A crescente adesão de investidores a esses produtos criativos, como tokens unicórnios, e a visibilidade crescente desses investimentos em meios de comunicação tradicionais, como jornais e revistas, ajudaram a reforçar a legitimação social da atividade.
Introdução à Revolução dos Criptoativos
A indústria de criptomoedas, liderada pela criptomoeda mais popular, o Bitcoin, está deslumbrando investidores em todo o mundo, incluindo governos e corporações. Este movimento de um segmento de nicho para mercado mainstream é impulsionado por uma combinação de fatores econômicos, tecnológicos e geopolíticos, destacando a crescente relevância do Bitcoin como um ativo de reserva e um veículo de investimento.
Fatores Determinantes do Crescimento
A mudança de postura governamental e corporativa é um dos principais fatores determinantes para o crescimento esperado até o primeiro bilhão de usuários. A adoção do Bitcoin por estes investidores não é apenas uma tendência, mas um movimento estratégico com implicações de longo alcance. O Bitcoin é o criptoativo mais popular e com a maior capitalização de mercado do mundo, em torno de US$ 2 trilhões.
A Evolução dos Ativos de Reserva
Historicamente, governos e empresas têm confiado em ativos de reserva tradicionais, como ouro e moedas estrangeiras de economias fortes e maduras, para estabilizar suas economias e se proteger contra incertezas financeiras. A inclusão do Bitcoin nesta lista é uma mudança de paradigma e reflete características únicas desta criptomoeda e o cenário financeiro global. Estudo da Fidelity Investiments divulgado em maio indica que 65% dos investidores institucionais planejam investir ou adquirir ativos digitais no futuro.
Características Únicas do Bitcoin
Um dos principais atributos do Bitcoin é a característica desinflacionária. Com oferta finita de 21 milhões de tokens, o Bitcoin não está sujeito às pressões inflacionárias que afetam moedas fiduciárias, o que também reduz o risco de intervenção governamental. Essa oferta finita também faz dele um ativo escasso, como o ouro. Ao mesmo tempo, a alta liquidez permite que governos e corporações comprem e vendam grandes quantidades com fluidez e sem impactar significativamente o preço, atributo essencial para a gestão de reservas.
Impacto na Diversificação
A baixa correlação do Bitcoin com os principais índices acionários americanos faz dele uma ferramenta atraente de diversificação. Em 2021, o El Salvador ganhou as manchetes ao ser o primeiro país a adotar o Bitcoin como moeda legal, acumulando o equivalente a US$ 100 milhões do token em reservas soberanas e acendendo um debate sobre o assunto.
Desenvolvimentos Recentes
Nos últimos meses, o recém-eleito presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse reiteradas vezes que pretende construir uma reserva estratégica de Bitcoin, o que é endossado por congressistas pró-cripto. Ainda sem clareza sobre como e quando isso seria feito, qualquer movimentação da maior economia do mundo tende a mexer com o mercado e influenciar outros países. Em novembro, os EUA detinham US$ 244 bilhões em reservas de ouro e moeda estrangeira. O Brasil não está alheio a este movimento. Em dezembro, o deputado federal Eros Bondini propôs um projeto de lei para regulamentar o uso de Bitcoin como moeda oficial no país.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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