Relatório Jolts nos EUA registrou aumento leve de vagas abertas e demissões, com queda nas contratações, reforçando expectativa de queda dos juros e desvalorização da moeda.
O mercado financeiro brasileiro está bastante influenciado pela cotação do dólar, que é uma moeda de referência para diversas operações comerciais e investimentos. Atualmente, o valor do dólar está em alta, o que pode afetar a taxa de juros e, consequentemente, o investimento em títulos públicos e privados.
As flutuações no dólar têm um impacto significativo nos preços dos produtos importados, o que pode afetar a inflação e, por sua vez, a taxa de juros. Além disso, o valor do dólar pode influenciar a competitividade das empresas que operam no mercado externo. Por isso, é fundamental acompanhar as notícias do dólar e entender como essas mudanças podem afetar o seu portfólio de investimentos.
Repercussão do Relatório de Empregos Americano
A divulgação do relatório de empregos americano Jolts trouxe uma notícia negativa para os investidores, apontando aumento de demissões e diminuição de contratações, o que limitou os ganhos e fez o dólar cair. O movimento foi seguido no exterior, e ao final dos negócios, a moeda americana caía 0,19% e era cotada a R$ 6,057.
Movimento do Dólar no Exterior
Lá fora, o dólar recuava 0,13% contra moedas pares, enquanto desvalorizava 0,17% contra o peso mexicano e estava praticamente estável contra o rand sul-africano, moedas consideradas semelhantes ao real. Isso indica que o dólar está perdendo valor em comparação com outras moedas.
Impacto no Mercado de Trabalho
Mais cedo, foi divulgado que o número de vagas de trabalho abertas nos Estados Unidos subiu para 7,7 milhões em outubro, diante do número revisado de 7,4 milhões em setembro, segundo dados do relatório. No entanto, o volume de contratações caiu levemente para 5,3 milhões no mês, de 5,6 milhões no mês anterior. Já as demissões subiram para 3,3 milhões, de 3,1 milhões em setembro.
Análise dos Analistas
Alexandre Viotto, diretor mesa de câmbio da EQI Investimentos, analisa que os dados apontam um mercado de trabalho em processo de desaquecimento. Além disso, dois membros do banco central americano (Federal Reserve, o Fed), Adriana Kugler e Mary Daly, disseram hoje que a inflação no país estaria convergindo para 2%. Isso abriria espaço para o Fed baixar os juros, o que torna os EUA menos atraentes aos investidores ante o real e faz o dólar cair.
Ação do Banco Central
Além disso, o real operou com algum ganho por conta do PIB relativamente acima do esperado. Este fato abre caminho para o BC seguir subindo juros, acima do que era esperado. A Selic mais alta tende a tornar o país mais atraente ao investidor estrangeiro, trazendo mais dólares para cá.
Previsões para o Futuro
Contudo, Chris Turner, analista de moedas do banco ING, aponta que o real tende a continuar sob pressão porque, na sua opinião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfraqueceu a reforma fiscal com algumas isenções fiscais, de olho nas eleições presidenciais de 2026. Com um ambiente externo difícil e nenhum sinal ainda de uma reviravolta fiscal, Turner considera ser difícil ver o dólar caindo de forma sustentável.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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