Mania de usar linguística “corte” e “seco” nas telas excessivas pode afetar a formação de palavras e a fluência leitora na infância.
É comum ouvir crianças falando de forma truncada, utilizando o corte seco em suas frases. Isso pode ser visto em expressões como “Mãe, a Helena pegou meu casá!” ou “Eu tô com fó!”. Esse tipo de fala é resultado do corte seco, que consiste em encurtar palavras e frases para torná-las mais rápidas e fáceis de pronunciar.
Algumas pessoas podem achar esse tipo de fala irritante, especialmente quando as crianças começam a comer sílabas e falar de forma truncada. No entanto, é importante lembrar que o corte seco é uma característica comum da linguagem infantil e pode ser um sinal de que a criança está aprendendo a se comunicar de forma eficaz. É preciso ter paciência e entender que o corte seco é uma fase do desenvolvimento linguístico. Além disso, é importante incentivar as crianças a falar de forma clara e completa, para que elas possam se comunicar de forma eficaz e evitar mal-entendidos.
O Corte Seco: Uma Moda Linguística que Preocupa Pais e Educadores
A forma como as crianças estão falando ultimamente tem deixado muitos adultos confusos. Frases como ‘preciso pegar o livro’ viram ‘preciso pegar o lí’. Isso tem gerado uma ‘mania linguística’ que está se espalhando rapidamente entre os alunos de 5 a 12 anos. No TikTok, essa tendência é conhecida como ‘a trend do corte seco’, com muitos vídeos mostrando crianças falando de forma truncada e encurtando palavras.
Essa moda pode ser prejudicial para o desenvolvimento infantil? Para entender melhor as possíveis consequências, o g1 entrevistou fonoaudiólogas e educadores. Eles explicam que o hábito de cortar sílabas provavelmente é resultado da influência de youtubers na linguagem das crianças. Isso pode ser um sinal de que o tempo de exposição a telas está excessivo.
Quem ‘come’ o fim das palavras acaba comprometendo a clareza da comunicação, dificultando o diálogo. O ‘corte seco’ pode prejudicar crianças em fase de alfabetização, especialmente nos processos de formação de palavras e de fluência leitora. No entanto, se o aluno já dominar bem essas habilidades, pode usar a brincadeira como estímulo cognitivo, desde que não passe o dia inteiro falando desse jeito.
A Origem da Moda
De onde veio essa ‘febre’? A professora de inglês Clarice Kumaru explica que os alunos maiores, com acesso ao celular, são os que mais falam desse jeito. Ela nota que alguns youtubers e tiktokers produzem vídeos ‘infantis’ com este estilo de edição, para que os posts fiquem mais dinâmicos. As crianças imitam com mais exagero, tirando a sílaba inteira. Isso virou um hábito constante, até na hora de pedirem para beber água.
A escritora Carol Campos também percebe essa associação entre o celular e a nova mania das crianças. Ela diz que a forma de falar dos influenciadores digitais, especialmente os do Youtube, não ajuda muito. É tudo rápido e até com certo grau de agressividade. Com o seu filho, acontece de ‘comer’ as palavras principalmente quando ele está nos contando algo da escola.
Os Efeitos em Cadeia
Os efeitos são em cadeia: um aluno, espectador assíduo de ‘shortz’ no Youtube, começa a imitar os influenciadores e a cortar a última sílaba das palavras na escola. Mesmo os amigos que não assistem aos vídeos passam a imitá-lo. O que começou em um grupinho já contagia a sala… e a escola inteira. É importante que os pais e educadores estejam atentos a essa tendência e trabalhem para evitar que o ‘corte seco’ se torne um hábito constante.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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