Um núcleo de atendimento a altas habilidades e superdotação, no contexto da cultura afro-brasileira, abriga objetos históricos como troncos de madeira e chicotes, usados na escravidão, também encontrados em fazendas e comunidades quilombolas da Serra Negra.
📲 Siga o A10+ no Instagram, Facebook e Twitter. O Museu do Piauí – Casa de Odilon Nunes, localizado no centro de Teresina, é um importante espaço dedicado à história da escravidão e à cultura afro-brasileira. No local, é possível encontrar uma completa exposição sobre a escravidão que incluía negros escravizados.
Com uma exposição rica e detalhada sobre a escravidão, o Museu do Piauí – Casa de Odilon Nunes, em Teresina, é um local imperdível para quem busca entender a história de escravos e sua influência na cultura afro-brasileira. O trabalho escravo foi um período sombrio da história brasileira, mas é importante abordá-lo para aprender com o passado. Com uma abordagem respeitosa e educativa, a exposição oferece uma janela para a escravidão que é fundamental para a formação de uma sociedade mais justa.
Um passeio pelo escravo
A caminho da Fazenda Serra Negra, em Aroazes (PI), no período da escravidão, especialmente entre 1722 e 1741, os visitantes do Museu do Piauí são confrontados com instrumentos de suplício que provocam curiosidade e reflexão. Além dos instrumentos de suplício, há outros elementos que chamam a atenção, como troncos de madeira usados para castigar escravizados e um ferro usado para marcar os escravizados.
Esculturas de ferro
Um dos troncos de madeira tinha capacidade para aprisionar até quatro pessoas ao mesmo tempo. Além disso, há um ferro com as iniciais ‘J.do. B.’, que indicavam o proprietário da fazenda, e um chicote de ferro trançado, usado pelo feitor para castigar os escravos. Os visitantes também se deparam com uma gargantilha de ferro com sino, um instrumento utilizado para quem tentava fugir.
Uma história que precisa ser conhecida
O historiador do Museu do Piauí, Gilvan Oliveira, destaca que, embora essas peças de suplício não façam parte da cultura afro propriamente dita, elas são parte de uma história que não pode ser ignorada. ‘É uma história que precisa ser conhecida e refletida por todos que visitam o museu, para que se tenha consciência do sofrimento vivido pelos escravizados no Piauí’, explica Oliveira.
A cultura afro-brasileira e as comunidades quilombolas
Além dos objetos de sofrimento, o espaço também conta com pinturas relacionadas à cultura afro-brasileira e uma exposição fotográfica que busca mostrar os traços étnicos da população negra no estado. Outros itens de destaque incluem potes e telhas do século XIX, que fazem referência ao trabalho artesanal realizado pelos escravizados. Há ainda um espaço dedicado à memória de Júlio Romão da Silva, um importante escritor piauiense e negro, membro da Academia Piauiense de Letras, que dedicou grande parte de suas pesquisas à temática afro no estado.
Referências às comunidades quilombolas
O espaço traz referências às comunidades quilombolas do Piauí, como Olho d’Água dos Negros, Marinheiro do Mimbó, Potes, Salinas e Queimada Nova. O professor Rafael Costa e Araújo, do Núcleo de Atendimento a Altas Habilidades e Superdotação (NAAH-S) da Secretaria de Educação, levou um grupo de alunos para conhecer o Museu do Piauí e o Espaço Afro.
Uma oportunidade de enriquecer o repertório cultural
Para ele, a visita é uma oportunidade de enriquecer o repertório cultural dos estudantes. ‘Muitas vezes, ficamos apenas com o conhecimento teórico dos livros, mas não sabemos exatamente como acontecia na prática. Ao visitar esse espaço e ver os instrumentos de tortura, entendemos melhor a crueldade da época. Por exemplo, o chicote de ferro, que cortava a pele, nos faz compreender o quanto esses castigos eram desumanos’, destaca Araújo.
Uma reflexão profunda sobre o sofrimento histórico
A visita ao Espaço Afro do Museu do Piauí oferece, portanto, uma reflexão profunda sobre o sofrimento histórico dos escravizados e a importância de preservar e divulgar essa memória para as gerações futuras.
Fonte: © A10 Mais
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