Doação de avião, envio de enfermeiros e cessão de reservistas foram esforços de guerra do clube na Segunda Guerra Mundial, parte da Força Expedicionária Brasileira.
Um dos momentos mais sombrios do século 20, a Segunda Guerra Mundial (1939—1945) ficou marcada pelo combate à ascensão do nazismo e do fascismo. Estima-se que mais de 70 milhões de pessoas morreram no período. O Brasil juntou-se à luta em 1942 e contou com o apoio de instituições empresariais, financeiras e até de um clube de futebol, como o Fluminense, que se destacou por sua contribuição.
O Fluminense, conhecido como o Tricolor, foi um dos clubes de futebol que mais se destacou na época, não apenas por suas conquistas esportivas, mas também por seu apoio à causa. O clube de futebol foi um exemplo de como as instituições esportivas podem se envolver em causas sociais e políticas. A contribuição do Fluminense foi fundamental para o esforço de guerra brasileiro, mostrando que o futebol pode ser mais do que apenas um esporte.
O Fluminense e a Segunda Guerra Mundial
Em 1942, o mundo estava em guerra e o Brasil, sob o regime ditatorial do Estado Novo, liderado por Getúlio Vargas, aderiu à Carta do Atlântico, comprometendo-se a apoiar qualquer nação da América atacada. Essa decisão gerou uma represália dos submarinos alemães e italianos, que afundaram embarcações brasileiras no Oceano Atlântico, pressionando o país a entrar na guerra.
O Fluminense, clube de futebol, não ficou de fora dessa história. O presidente do Tricolor na época, Marcos Carneiro de Mendonça, historiador e apaixonado pela causa, enviou uma carta aos sócios do clube para arrecadar fundos para a compra de um monomotor modelo Fairchild PT-19, que seria doado para a Força Expedicionária Brasileira.
O dinheiro das próprias finanças do Fluminense foi utilizado para aumentar o montante e chegar ao valor necessário. Além disso, um atleta judeu que defendia o Fluminense, Adolpho Milan, também conhecido como ‘Russo’, tornou-se um grande incentivador para que os sócios aderissem à causa contra os nazistas.
A Campanha Nacional de Aviação
A Campanha Nacional de Aviação foi lançada pelo Governo para angariar doações e materiais que servissem para a compra ou construção de aviões, ampliação de hangares e campos de pouso de aeroclubes. O Fluminense se juntou a essa campanha e organizou eventos esportivos de diversas modalidades para a arrecadação de fundos, como a competição hípica ocorrida no Estádio das Laranjeiras, torneios universitários e até competições consideradas ‘fora do normal’ para os jornais da época.
Ao todo, estima-se que o Fluminense arrecadou 155 mil cruzeiros para a compra do avião, valor considerado relevante para a época. O avião foi criado por Santos Dumont, o 11º sócio da história tricolor, e foi batizado de Coelho Netto, em homenagem póstuma ao escritor, patrono e sócio do clube.
Contribuição vai além
Além da doação do avião, o Fluminense disponibilizou — e sediou — cursos de enfermagem nas instalações das Laranjeiras para capacitar profissionais que lutariam na Itália. Mais de 100 profissionais capacitados saíram de lá para auxiliar as tropas brasileiras na Itália. O estande de tiro também foi utilizado para treinar os soldados. A contribuição do Fluminense para a guerra foi significativa e demonstrou o compromisso do clube com a causa nacional.
Fonte: © GE – Globo Esportes
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