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Saldo do Dia: Índice vira e ganha tração, mas investidores cautelosos com decisão do Copom sobre Selic e horizonte de investimento.
A preocupação com a decisão do Copom que será divulgada em breve – e deve influenciar o Ibovespa – afetou as expectativas para a bolsa brasileira. Com um cenário incerto, os investidores atuaram nesta quarta-feira (19) de forma mais cautelosa.
Os olhares estão voltados para o índice do Ibovespa, que reflete o desempenho das principais empresas listadas na bolsa brasileira. A volatilidade do mercado financeiro tem sido um desafio para os investidores, que buscam se adaptar às oscilações do cenário econômico atual.
Decisão do Copom mantém taxa básica de juros e impacta o Ibovespa
Agentes do mercado estão confiantes na decisão do Copom em manter a taxa básica de juros em 10,5% ao ano, refletindo a estabilidade esperada. O Termômetro do Copom do Valor Investe revela que 93% dos investidores apostavam nesse desfecho, indicando um consenso no cenário econômico. A incerteza paira sobre o horizonte do Banco Central, com questionamentos sobre a capacidade de manter uma gestão técnica alheia à agenda política futura.
Enquanto a atenção se volta para o futuro da autarquia, o Ibovespa se destaca como o protagonista do mercado de ações brasileiro. A bolsa brasileira, em segundo plano, observa atentamente as movimentações do índice, que ainda mantém sua posição de destaque. O Ibovespa, conhecido como o ‘reizinho da Coitadolândia’ dos mercados globais, recuperou os 120 mil pontos, mesmo diante das pressões do cenário econômico.
No entanto, as oscilações persistem, com o índice fechando em alta de 0,53%, atingindo os 120.261 pontos. No acumulado do mês, registra uma queda de 1,5%, enquanto no ano apresenta uma desvalorização de 10,38%. O volume financeiro movimentado na carteira do Ibovespa atingiu R$ 9,4 bilhões, marcando o menor nível desde maio.
A instabilidade do mercado internacional também impacta o Ibovespa, que perdeu referências externas devido ao feriado nos Estados Unidos. A ausência de pregões no país norte-americano gera incertezas e reflexos nas bolsas brasileiras, que operam em um cenário de indefinição. Durante o pregão, o Ibovespa oscilou entre ganhos e perdas, refletindo a falta de direcionamento claro.
Enquanto isso, as taxas de juros futuros seguem uma tendência de alta, alinhadas com a decisão do Copom. Os prêmios em contratos de curto prazo refletem as expectativas dos investidores em relação à Selic, com impactos diretos nas taxas de juros. A Taxa de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 e janeiro de 2032 registram ajustes significativos, indicando a sensibilidade do mercado às políticas econômicas.
A valorização do dólar também é observada, impulsionada pelas preocupações com as políticas fiscal e monetária no Brasil. Mesmo sem a referência da curva de juros dos EUA, o dólar comercial avançou, atingindo R$ 5,44. A volatilidade cambial reflete as incertezas do cenário econômico global, influenciando as decisões de investimento e a navegação dos mercados financeiros.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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