Áreas da economia, incluindo financiamento imobiliário, precisam se adaptar à Selic, taxa básica de juros, efeitos em taxa de juros do financiamento imobiliário.
Com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa básica de juros (Selic) em 12,25%, o mercado financeiro brasileiro enfrenta mais um ano de desafios. A alta na taxa de juros refletirá em todas as áreas da economia, causando impactos significativos no financiamento imobiliário.
A taxa básica de juros é a taxa de juros que os bancos utilizam como referência para calcular a taxa de juros do financiamento imobiliário, que é usada para calcular a quantia mensal de prestação de um empréstimo. Com a alta da taxa básica de juros, a taxa de juros do financiamento imobiliário também aumentará, tornando mais caro o acesso ao crédito para a compra da casa própria. Além disso, a taxa referencial, que é a taxa de juros que os bancos utilizam para calcular a taxa de juros do crédito consignado, também sofrerá impactos, tornando-a ainda mais cara. A taxa de juros do Comitê de Política Monetária e a taxa balcão política dos bancos também serão afetadas, tornando o mercado financeiro ainda mais complexo e desafiador.
Impostos sobre a Selic
A alta da taxa básica de juros, a Selic, pode afetar significativamente o mercado imobiliário, especialmente para novos compradores. Guilherme Maia, cofundador da fintech EmCash, explica que os efeitos da taxa de juros do financiamento imobiliário podem variar dependendo do tipo de financiamento. ‘Alguns contratos atrelados à Taxa Referencial (TR) não sentirão impacto direto, mas contratos indexados ao IPCA podem variar no curto prazo devido à inflação ainda elevada.’ Ele acredita que para o cenário se tornou mais desafiador para novos compradores.
Taxa Selic e a estabilidade
No entanto, João Paulo Galvão, Head de Financiamento Multibanco da Creditas, afirma que os bancos já se anteciparam para a alta da Selic, ajustando as taxas balcão. ‘Entre outubro e novembro, houve ajuste das taxas balcão – de 10,49% variando para 10,79 a 10,99%, considerando os principais players do mercado.’ Ele espera que novos reajustes aconteçam no início de 2025. ‘A Caixa, embora tenha mantido a taxa em 9,79%, fez um ajuste que altera o valor do financiamento, que já chegou a ser 90% do valor do imóvel e hoje é de 70%, dificultando o acesso ao crédito.’
Impacto na economia
Além do ajuste da taxa de juros, o que dificulta o acesso ao crédito, a expectativa do mercado é que as políticas dos bancos também se tornem mais restritas diante da insegurança perante a inflação. ‘O Banco Central já sinalizou que virão provavelmente novas altas na taxa Selic, portanto quem tem interesse em fazer uma aquisição de imóvel financiado deve agilizar a sua aquisição para garantir uma taxa de juros menor junto às instituições financeiras’, defende Júlio Reis, co-presidente da Yees Incorporadora.
Desafios para as construtoras
Os potenciais desafios que surgirão para as construtoras incluem custos de capital mais altos, o que tende a afetar a viabilidade de projetos e pressionar as margens. ‘A velocidade de vendas também deve desacelerar em segmentos sensíveis a taxas de juros.’ É isso que analisa Guilherme Maia. ‘O impacto da Selic no mercado costuma levar de 6 a 12 meses para se consolidar. Durante esse período, recomenda-se aos compradores maior pesquisa de crédito e planejamento financeiro, enquanto construtoras devem focar em diversificação de portfólio e parcerias estratégicas,’ sugere.
Programas habitacionais
As famílias mais pobres ou que se enquadram em programas habitacionais como o Minha Casa, Minha Vida não devem ser tão impactadas. ‘Programas subsidiados permanecem sendo uma alternativa viável para o público de baixa renda,’ acredita Maia.
Fonte: © Estadão Imóveis
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