O desmatamento do bioma e a caça aos morcegos hematófagos podem levar à extinção. Eles habitam em áreas com recursos florais abundantes durante a época das chuvas, utilizando um sistema de poliginia durante o período das secas.
No Brasil, existem mais de 180 espécies de morcegos distribuídas em nove famílias e 68 gêneros, mas um deles chama a atenção por suas características únicas: o morceguinho-do-cerrado, também conhecido como Lonchophylla dekeyseri. Essa espécie é uma das mais fascinantes do país e merece ser estudada mais a fundo.
O morceguinho-do-cerrado é um animal noturno e insetívoro, o que significa que se alimenta de insetos. Além disso, é um dos poucos morcegos que não se alimentam de frutas ou néctar, como os nectarívoros. Essa característica o torna ainda mais interessante para os cientistas, que buscam entender melhor o comportamento e a ecologia desse morcego único. A conservação desse animal é fundamental para o equilíbrio do ecossistema do cerrado.
O Morceguinho-do-Cerrado: Um Animal Fundamental para o Bioma
O morceguinho-do-cerrado, também conhecido como Lonchophylla dekeyseri, é uma espécie de morcego que habita o bioma do cerrado e é fundamental para a preservação desse ecossistema. Com apenas 12 gramas de peso, esse animal é uma exímia predadora de pragas nocivas para a agricultura. No entanto, devido ao desmatamento do bioma e à caça aos morcegos hematófagos, a espécie pode estar ameaçada de extinção.
O morceguinho-do-cerrado é um animal nectarívoro e insetívoro, o que significa que se alimenta de recursos florais durante a seca e se torna um predador de insetos na época das chuvas. Essa dieta é fundamental para controlar as pragas que ameaçam as plantações e colabora para a preservação do bioma. Além disso, estudos sugerem que a espécie é responsável por 4,5% da polinização do cerrado, onde é endêmica.
Características e Comportamento do Morceguinho-do-Cerrado
O morceguinho-do-cerrado é um animal de pequeno porte, com medidas de um antebraço, entre 34,7 mm e 37,7 mm, e peso entre 10g e 12g. A cauda é curta e o focinho, alongado. Além do tamanho e do peso ‘superleve’, o morceguinho-do-cerrado chama atenção pelo modo como convive em sociedade. Estima-se que existam mais adultos do que jovens e mais fêmeas do que machos, o que sugere um sistema de poliginia, onde machos copulam com diversas parceiras.
A fêmea tem apenas um filhote por ano, no período das secas ou das chuvas, ambos de maior alimento vivo (insetos) ou florais. A gestação dura cerca de dois ou três meses e a amamentação pode durar até dois meses. O morceguinho-do-cerrado é um animal que se adapta às condições do bioma, alimentando-se de recursos florais durante a seca e se tornando um predador de insetos na época das chuvas.
Conservação do Morceguinho-do-Cerrado
Com a redução do cerrado, comprometido devido ao desmatamento contínuo, agricultura e mineração, o habitat da espécie, assim como ela, ficou ameaçado. O turismo desordenado e a competição com outras espécies em busca por abrigo também não colaboram para sua existência. Além disso, a caça incessante dos morcegos-vampiros em cavernas é um grande problema, pois muitas vezes os morceguinhos são confundidos com a espécie que se alimenta de sangue.
Entre 2010 e 2015, o Instituto Chico Mendes anunciou um plano de conservação nacional (PAN) para o morceguinho-do-cerrado. Na época, a espécie foi considerada vulnerável e medidas foram tomadas para proteger seu habitat e reduzir a caça. No entanto, mais esforços são necessários para garantir a sobrevivência desse animal fundamental para o bioma do cerrado.
Fonte: @ Terra
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