IBGE divulgou a Pnad Contínua, mostrando desemprego e inflação pressionando mercado de trabalho.
Em um cenário econômico contrastante, as notícias de taxa de emprego em alta são as que capturam a atenção desses países. Com uma taxa de desocupação em 6,1% no trimestre móvel encerrado em novembro, o Brasil alcança um número menor quando comparado à série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012.
Considerando o contexto atual, a estabilidade do emprego e a capacidade do mercado de absorver as novas vagas estão diretamente relacionadas à capacidade dos países em controlar a taxa de desocupação. Este número, que pode variar drasticamente dependendo do momento econômico, é um fator que influencia a taxa de desocupação no mercado de trabalho, impactando diretamente o emprego.
Taxa de Desocupação do Brasil Rebaixa para 6,2%
A divulgação mais recente da taxa de desocupação do Brasil, correspondente ao trimestre móvel encerrado em setembro, trouxe uma notícia positiva com a taxa de desocupação caindo para 6,2, o que é considerado o menor patamar da série histórica. No entanto, essa melhoria no mercado de emprego trouxe uma preocupação para o Banco Central, a força do emprego e potencial inflacionário que isso pode trazer.
O desemprego em patamares mais baixos, embora seja um lado positivo, traz uma contrapartida preocupante, pois o mercado de trabalho aquecido pode levar a mais inflação no país. Isso, por sua vez, pode impulsionar os juros a aumentar e, consequentemente, tornar os empréstimos e financiamentos mais caros. Com isso, há menos consumo, menos dinheiro em circulação e os preços tendem a voltar a cair, reduzindo a inflação.
O Banco Central, a autoridade monetária do país, tem a responsabilidade de controlar a inflação e, para isso, utiliza a taxa básica de juros, a Selic. Nesse momento, o BC decidiu aumentar a Selic e acelerar o ritmo de aumento, com uma alta de um ponto percentual. Além disso, a autoridade monetária já está previsando mais dois aumentos de um ponto percentual nas próximas reuniões, o que levaria a taxa de juros para 14,25% logo no começo de 2025.
Os dados de emprego, portanto, ficam mais no radar do que nunca, pois o mercado tenta se antecipar às pressões inflacionárias e o quão mais a Selic pode subir.
População Desocupada é de 6,8 Milhões
A população desocupada, que é de 6,8 milhões, recuou nas duas comparações: ficou 7,0% (menos 510 mil pessoas) menor no trimestre e 17,5% menor (menos 1,4 milhão de pessoas) no ano. Isso representa o menor contingente de desocupados desde o trimestre encerrado em dezembro de 2014. Já a população ocupada é de 103,9 milhões e foi recorde da série histórica, com uma alta de 1,4% no trimestre (mais 1,4 milhão de pessoas ocupadas) e de 3,4% no ano (mais 3,4 milhões de pessoas).
Além disso, o nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) subiu para 58,8%, recorde da série histórica. A população subocupada por insuficiência de horas foi de 5,1 milhões e não teve variação significativa no trimestre, mas caiu 6,6% (menos 363 mil pessoas) no ano. A população fora da força de trabalho é de 66,0 milhões e recuou 0,8% no trimestre e 0,8% no ano. Já a população desalentada é de 3,0 milhões e foi a menor desde o trimestre encerrado em abril de 2016 (quando foi registrado 2,9 milhões), tendo recuado 10,3% no ano.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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