Mais de 50 acusados, incluindo o marido de Pélicot, depuseram sobre caso que chocou o mundo, revelando uma cultura de violência sexual e mentalidade masculina que afeta a saúde da esposa e propaga doenças sexualmente transmissíveis.
Depois de décadas de silêncio, Gisèle Pélicot finalmente viu seu marido ser levado a julgamento no Tribunal de Avignon. “Durante 50 anos, vivi com um homem que eu não imaginava que pudesse cometer esses atos de estupro”, disse ela, ainda tentando processar a realidade de sua situação. Seu marido é acusado de dopar a esposa durante uma década para que outros homens a estuprassem, um crime que choca a consciência de qualquer pessoa.
A violência e o abuso sofridos por Gisèle Pélicot são um exemplo trágico da forma como a agressão pode se esconder atrás de uma fachada de normalidade. “Eu não sabia o que estava acontecendo, eu não sabia que estava sendo estuprada”, disse ela, destacando a gravidade do crime cometido contra ela. O julgamento de seu marido é um passo importante para que a justiça seja feita e que Gisèle possa finalmente encontrar algum tipo de paz após anos de sofrimento.
Um Caso Chocante de Estupro Coletivo na França
Na semana passada, Dominique Pélicot, de 71 anos, havia alegado problemas de saúde para não comparecer ao julgamento que acontece na pequena cidade ao sul da França. No entanto, nesta terça-feira (17/09), ele foi obrigado a enfrentar sua vítima de frente, ao lado de outros 50 homens que participaram do estupro coletivo enquanto Gisèle permanecia inconsciente, dopada de remédios administrados por Dominique. Esse caso chocante de estupro coletivo é um exemplo gritante da cultura do estupro que está arraigada na mentalidade masculina.
A Confissão do Réu e a Reação dos Acusados
‘Sou um violador, como os que estão nesta sala’, disse o réu, confessando o crime que chocou o mundo. Os outros acusados de estupro, que estavam na sala, eram homens com idades entre 26 anos e 73 anos e com profissões variadas, incluindo bombeiro, enfermeiro, técnico de informática e jornalista. Isso mostra que o abusador pode ser qualquer um que está ao nosso lado, e que a violência e o abuso podem ser cometidos por pessoas de todas as idades e profissões.
O Silêncio dos Homens e a Cultura do Estupro
Um lado estarrecedor dessa história é que, entre as dezenas de homens que responderam ao chamado do senhor Pélicot, nenhum deles tenha ficado intrigado, a ponto de fazer uma denúncia, com o que presenciaram. Com o fato de haver uma mulher totalmente inerte, que parecia uma ‘boneca de pano’, como definiu Gisèle ao ver depois as imagens gravadas pelo marido. Isso mostra que a cultura do estupro está tão arraigada na mentalidade masculina que muitos homens não veem nada de errado em cometer violência contra mulheres.
A Saúde da Vítima e a Consequência do Estupro
Gisèle foi infectada por inúmeras doenças sexualmente transmissíveis e também se queixava de dores inexplicáveis, como foi relatado ao seu ginecologista. Além disso, ela cogitou estar com Alzheimer por causa dos lapsos de memória que passou a ter, causados pela ingestão de doses pesadas de ansiolíticos que o marido dava sem ela saber. Isso mostra que o estupro não apenas causa danos físicos, mas também psicológicos e emocionais.
A Luta Contra a Violência e o Estupro
Graças à coragem de Gisèle em querer um julgamento público, ela tornou-se um emblema da luta contra a violência e o estupro. Esse caso é um exemplo de como a violência e o abuso podem ser cometidos por pessoas de todas as idades e profissões, e de como a cultura do estupro está arraigada na mentalidade masculina. É importante que continuemos a lutar contra a violência e o estupro, e que trabalhemos para criar uma sociedade mais justa e segura para todas as mulheres.
Fonte: @ Nos
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