Investir em imóveis é um bom negócio? Alexandre Souza Lima questiona o mercado imobiliário, considerando cap rate, correção inflacionária, valorização anual e índice FIPE-ZAP.
No cenário atual de incerteza econômica e juros elevados, muitos investidores se perguntam se o investimento em imóveis ainda é uma opção viável. Com base na minha experiência como CEO de uma incorporadora, acredito que a resposta é sim, mas com algumas considerações importantes a serem avaliadas. O mercado imobiliário, como qualquer outro tipo de investimento, carrega seus riscos e recompensas.
É fundamental entender que o investimento em imóveis pode ser uma aplicação rentável, mas é essencial ter um plano de negócio sólido e uma estratégia de investimento bem definida. Além disso, é importante considerar os fatores que podem afetar o mercado imobiliário, como a demanda por habitação, a oferta de imóveis e as condições econômicas gerais. A chave para o sucesso é encontrar o equilíbrio entre risco e recompensa. Com uma abordagem cuidadosa e informada, o investimento em imóveis pode ser uma opção lucrativa e segura para muitos investidores. É importante lembrar que a diversificação é fundamental para minimizar os riscos.
Entendendo o Investimento em Imóveis
Ao considerar um investimento em imóveis, é fundamental ter uma visão clara dos fatores que influenciam a rentabilidade. A localização é um dos principais elementos que determinam o sucesso de um investimento imobiliário. Imóveis bem localizados têm menores índices de vacância e, em caso de venda, maior liquidez, tornando-os comparáveis a investimentos seguros em outras áreas, como CDBs de bancos de primeira linha.
A escolha de onde investir é crucial para o retorno, e ao calcular a rentabilidade de um imóvel destinado à locação, é necessário olhar além do valor do aluguel. O cap rate, que é a relação entre o valor do aluguel e o valor investido na compra do imóvel, é apenas uma parte da equação. Devemos também considerar a correção inflacionária prevista em contrato, geralmente atrelada ao IPCA ou IGPM, e a valorização anual do imóvel.
Analisando o Potencial de Investimento
Para se ter uma ideia mais clara do potencial desse investimento, utilizamos o índice FIPE-ZAP, que acompanha a valorização média de imóveis desde 2008. Em São Paulo, por exemplo, um imóvel residencial de três dormitórios valorizou-se, em média, 8,8% ao ano entre janeiro de 2008 e julho de 2024. Quando somamos esse dado ao cap rate conservador de 6% ao ano para a locação de um imóvel, chegamos a uma rentabilidade de 14,8% ao ano. E isso sem contar o reajuste anual dos aluguéis à inflação.
Essa rentabilidade é significativamente maior do que a de um CDB, que rendeu, em média, 9,50% ao ano, e do IBOVESPA, que rendeu 4,22% ao ano, no mesmo período. Isso demonstra que o investimento em imóveis locados oferece um retorno 55,78% maior em relação ao CDB e de 250% a mais do que o IBOVESPA.
Segurança e Proteção Contra a Inflação
Além da rentabilidade, o investimento em imóveis oferece uma segurança inerente que muitas vezes falta em outras formas de aplicação. Um imóvel, além de ser um bem físico, tem a capacidade de se valorizar com o tempo e oferecer uma proteção contra a inflação, algo que nem sempre é garantido em outros investimentos.
Diante disso, pode surgir a dúvida do momento ideal para investir em imóveis. A resposta está relacionada à taxa de juros, que exerce influência sobre a velocidade de valorização de um imóvel. Investir em imóveis em momentos em que as taxas de juro estão mais altas tende a ser o melhor momento, uma vez que a compra será feita no ciclo de menor velocidade de valorização.
Conclusão
Em resumo, o investimento em imóveis é uma opção sólida e promissora para quem busca um negócio que combine segurança, rentabilidade e proteção contra a inflação. É fundamental fazer uma análise criteriosa do imóvel em questão, considerando localização, tipo e condições de mercado. Com uma visão clara dos fatores que influenciam a rentabilidade e uma estratégia de investimento bem planejada, é possível aproveitar ao máximo o potencial do mercado imobiliário.
Fonte: © Estadão Imóveis
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