Crianças sem carinho em casa podem ter autoestima baixa, dificuldades em expressar emoções e relacionamentos instáveis.
É comum, em muitos casos, que as pessoas que não tiveram contato com demonstrações de carinho na infância, desenvolvam comportamentos que buscam compensar essa falta, trazendo assim, exclusividade para os entes queridos. Isso pode ser observado, por exemplo, em famílias onde um dos pais costuma realizar grandes demonstrações de carinho, como abraços e beijos, em vez de palavras de afeto.
Se você cresceu sem carinho, sabe o quanto é difícil lidar com emoções. E é por isso que, muitas vezes, as pessoas que passaram por essa situação, desenvolvem vínculos mais intensos com os outros, e demonstram carinho de maneira mais ostensiva, seja através de palavras de amor sincero, seja através de ações que remetam a momentos de carinho como, por exemplo, um abraço caloroso. É como se estivessem procurando preencher o vazio emocional que foi deixado pela falta de demonstrações de carinho durante a infância. E, em alguns casos, é até comum vermos que essas pessoas continuam a buscarem carinho em sua vida adulta, através de relacionamentos intensos e muitas demonstrações de carinho.
Problemas causados pela falta de carinho dos pais nos relacionamentos
A forma como fomos tratados na infância pode influenciar de forma direta nossa autoestima, relacionamentos e até a maneira como lidamos com emoções difíceis. A falta de carinho dos pais pode deixar marcas profundas que se manifestam em diferentes áreas da vida adulta. Aqui estão 6 problemas que podem surgir e como lidar com eles:
Desenvolvimento de relacionamentos instáveis
Quando os vínculos dentro de casa não são afetuosos, fica difícil saber como construir relações seguras e saudáveis no futuro. ‘Muitas pessoas que cresceram sem demonstrações de carinho acabam tendo dificuldade em confiar nos outros e podem se envolver em relações instáveis ou evitá-las completamente’, explica a psicóloga Larissa Fonseca. Esta dificuldade em criar relacionamentos saudáveis pode ser um resultado direto da falta de carinho dos pais.
Autoestima baixa e autocrítica constante
Sem ouvir palavras de incentivo ou se sentir amado na infância, é comum desenvolver uma voz interna extremamente crítica. O pensamento ‘não sou bom o suficiente’ pode acompanhar a vida adulta, tornando a autoconfiança um verdadeiro desafio. ‘A autoestima se forma na infância e, sem uma base segura de amor e aceitação, a pessoa pode crescer se sentindo inadequada’, ressalta Larissa.
Necessidade excessiva de validação externa
Quando o amor dos pais não foi presente, muitas pessoas tentam compensar essa falta buscando aprovação em outros lugares – seja no trabalho, nos relacionamentos ou até nas redes sociais. O problema é que essa necessidade pode se tornar exaustiva e nunca parecer suficiente. Essa busca excessiva por validação externa pode ser um reflexo da falta de carinho nos primeiros anos de vida.
Medo da intimidade e do abandono
Se o carinho nunca foi garantido na infância, o medo de se apegar a alguém e depois ser rejeitado pode ser intenso. Algumas pessoas se tornam excessivamente cautelosas ao se envolver emocionalmente, enquanto outras se tornam extremamente dependentes do parceiro, temendo qualquer sinal de afastamento. Esse medo pode gerar um ciclo de ansiedade nos relacionamentos, em que a pessoa oscila entre querer proximidade e evitar se machucar.
Dificuldade em lidar com emoções
Sem um ambiente que incentive a expressão emocional, a pessoa pode crescer sem saber como processar seus sentimentos. Isso pode resultar em explosões emocionais repentinas ou, ao contrário, em uma completa repressão das próprias emoções. Essa dificuldade em lidar com emoções pode ser um resultado direto da falta de carinho nos primeiros anos de vida.
Hiperindependência e dificuldade em confiar nos outros
Muitas pessoas que não receberam carinho dos pais desenvolvem a mentalidade de que ‘não precisam de ninguém’. Essa hiperindependência pode parecer força, mas, muitas vezes, esconde uma dificuldade em confiar nos outros e permitir-se ser vulnerável. ‘O problema é que, no fundo, todos precisamos de conexões genuínas e apoio emocional para uma vida equilibrada’, destaca Larissa.
Fonte: @ Minha Vida
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