Desequilíbrio fiscal, aumento da dívida pública e impacto global sobre o mercado de investimento sob Trump reduzem chances de pacote impedir crise e vitória de Trump aumenta a dívida pública brasileira.
Com o cenário político mundial se tornando cada vez mais volátil, especialmente após a eleição presidencial americana de 2016, onde Donald Trump foi eleito presidente, e o quadro fiscal brasileiro em constante deterioração, o governo federal enfrenta uma pressão significativa. Essas notícias negativas, juntamente com as expectativas de efeitos na economia global, criaram um clima de pessimismo que se espalha rapidamente.
A pessimista visão que muitos têm sobre o futuro econômico não apenas americano, mas também brasileiro, é influenciada por esses eventos e convergir para o desânimo. A deterioração do quadro fiscal brasileiro, por exemplo, não indica apenas problemas atuais, mas também desafios futuros para o governo. O pessimismo é uma força que pode se tornar autossustentável e difícil de superar, especialmente quando a economia começa a mostrar sinais de desaceleração. Nesse contexto, a eleição de Trump e as dificuldades fiscais do Brasil são como dois fios que se entrelaçam para formar um panorama sombrio.
Desafios Fiscais no Brasil: Um Caminho de Pessimismo
A promessa de anunciar um pacote de medidas para garantir a viabilidade do arcabouço fiscal em 2025 pode trazer um alívio temporário, mas as chances de que essas medidas consigam superar o pessimismo que se abateu sobre o mercado de investimento são muito remotas. Neste cenário, o crescimento da dívida pública e o provável aumento do câmbio tendem a agravar a crise fiscal brasileira no médio prazo, reforçando o pessimismo que paira sobre a economia.
O pessimismo é um sentimento que já tomou conta de muitos economistas, incluindo Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, que participou de dois painéis diferentes do Investment Managers Forum, evento promovido pelo banco UBS na segunda-feira, 11 de novembro. Meirelles lembrou que a vitória de Trump, com a promessa de elevar as tarifas de importação, deve afetar o comércio global, com impacto no País, reforçando o desânimo com a política fiscal brasileira.
Segundo ele, o Brasil deve sofrer com as consequências da eventual piora da guerra comercial entre EUA e China, cujo modelo de crescimento atual se baseia nas exportações e terá ainda dificuldade de lidar com a retração da economia global gerada pelas tarifas americanas mais elevadas e, como consequência, a alta do dólar. O Brasil será afetado com o aumento das tarifas porque dependemos da exportação de commodities, ou seja, isso apenas reforça a necessidade de o País fazer o dever de casa, com um ajuste fiscal, destacando o desânimo com a perspectiva de crescimento.
Embora reconheça que o governo tem consciência de que precisa cortar despesas, Meirelles se mostra pessimista: ‘O adiamento do anúncio das medidas mina um pouco a confiança, pois expõe a disputa interna no governo, não acredito que o que for anunciado seja suficiente para reverter a expectativa de desancoragem da inflação.’ O impacto maior, adverte, é no médio prazo, reforçando o pessimismo com a perspectiva de crescimento.
O crescimento da dívida pública é um problema insustentável, sem dúvida é o maior desafio que enfrentamos, diz Meirelles. Ele citou o alerta divulgado recentemente pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que trabalha com modelo diferente da equipe econômica quanto ao crescimento da dívida pública. De acordo com o FMI, a dívida pública brasileira está saindo de um patamar de 81% em relação ao PIB para atingir 91% do PIB no próximo mandato presidencial. ‘Os mercados tendem a reagir e isso deve reduzir o apetite de investimento externo no País’, prevê, reforçando o pessimismo com a perspectiva de investimento.
Mãos Atadas
O resultado da eleição americana também foi visto como decisivo para aumentar o pessimismo com a política fiscal brasileira no segundo painel, que teve participação de dois economistas de mercado: Pedro Jobim, economista-chefe e sócio fundador da Legacy; e Carlos Viana de Carvalho, head de research na Kapitalo Investimentos. Jobim observa que o modelo fiscal adotado pelo governo Lula3 fez subir muito a despesa obrigatória. A limitação de crescimento dos gastos determinado pelo arcabouço fiscal, por sua vez, deixou pouca sobra para as despesas discricionárias, deixando o governo de mãos atadas, reforçando o desânimo com a perspectiva de crescimento.
Se o governo não cortar despesas, ele estará deixando o mercado de mãos atadas, sem instrumentos para lidar com as consequências de um ajuste fiscal que, de certa forma, já está adiado, diz Jobim. Ele também destaca que a dívida pública é um problema que não pode ser ignorado, pois afeta diretamente a estabilidade financeira do País.
Fonte: @ NEO FEED
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