Modelo parental saudável influencia regulação emocional, aceitação e inserção social adequada, evitando dificuldades emocionais que podem se manifestar em comportamentos infantis.
É possível que o adulto que cresceu sem atenção adequada desenvolva mecanismos de defesa para lidar com sentimentos de insegurança, como a necessidade de controle ou a busca por reconhecimento contínuo. Essas estratégias podem levar a cuidado excessivo com as próprias necessidades e sentimentos, mas também podem dificultar a capacidade de se conectar com os outros de maneira autêntica.
A falta de atenção negativa pode se manifestar de várias maneiras, incluindo a negação de que o problema existe ou a minimização de seus impactos. Além disso, se deu a falta de apoio emocional, pode levar a uma carencia de conexões significativas na vida adulta. Uma abordagem positiva, ao contrário, visa criar um ambiente de apoio e atenção que promova o crescimento emocional e a construção de relacionamentos saudáveis.
Desafios emocionais ao crescer sem atenção parental
A falta de atenção parental pode ter consequências duradouras no desenvolvimento emocional e comportamental de uma pessoa. As especialistas Larissa Fonseca, psicóloga, e Tatiana Cicerelli, pediatra, destacam que esses desafios são comuns em adultos que cresceram sem um ambiente afetivo saudável durante a infância. A chave para superar esses obstáculos é entender os comportamentos relacionados e buscar apoio adequado.
Cuidado emocional: a importância do reconhecimento
Crescer sem um ambiente afetivo pode levar a dificuldades em estabelecer relacionamentos saudáveis. ‘A falta de atenção parental pode gerar medo de rejeição e dificuldade em confiar nos outros’, destaca a Dra. Tatiana. Isso pode resultar em comportamentos excessivos, como buscar proximidade constante ou evitar vínculos afetivos para não se machucar.
Apoio emocional: validação e reconhecimento
A sensação de não ser ‘bom o suficiente’ é recorrente em pessoas que cresceram sem atenção parental. ‘A autoestima fragilizada costuma ser fruto de anos sem receber o reconhecimento ou carinho esperado na infância’, explica a pediatra. Isso pode levar a uma busca excessiva por aprovação, compensando a falta de atenção parental com a validação externa.
Comportamentos infantis: padrões de regulação emocional
Sem um modelo saudável de regulação emocional, é comum haver dificuldade em expressar ou entender os próprios sentimentos. ‘Muitos não aprenderam a nomear suas emoções, o que torna o autocontrole mais desafiador’, ressalta Tatiana. Isso pode resultar em episódios de raiva descontrolada, ansiedade ou tristeza profunda.
Desafios emocionais: inserção social adequada
O medo de fracassar pode levar à procrastinação ou ao perfeccionismo extremo. Em ambos os casos, a autossabotagem impede o progresso pessoal e profissional. ‘É como se o medo de não ser suficiente fizesse com que evitassem até mesmo tentar’, explica a especialista. Isso pode resultar em comportamentos impulsivos, como gastos excessivos, abuso de substâncias ou outras formas de automedicação.
Apoio emocional: reparando essas questões na vida adulta
Na vida adulta, é necessário lidar com várias questões emocionais. Segundo a psicóloga Larissa Fonseca, elas podem ser trabalhadas através da psicoterapia. ‘O processo de ressignificação das experiências passadas é essencial para a reparação emocional, pois permite que o indivíduo recupere aspectos importantes de si mesmo que foram danificados ao longo do tempo’. Isso envolve a construção de novos vínculos mais seguros e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, fundamentais para uma inserção social adequada.
Fonte: @ Minha Vida
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