Polícia Federal apreendeu R$ 2,7 milhões na Operação Ultima Ratio, sob fiscalização do Ministério Público Federal e Tribunal de Justiça.
Na manhã de quinta-feira (24), a Polícia Federal realizou uma operação que resultou na apreensão de R$ 2,7 milhões em dinheiro vivo na residência do desembargador aposentado Júlio Roberto Siqueira Cardoso. Esse montante, composto por cédulas de R$ 50, R$ 100, R$ 200 e até em dólares, foi encontrado durante uma ação contra desembargadores suspeitos de venderem sentenças em Mato Grosso do Sul.
A operação é mais um capítulo na investigação que envolve magistrados suspeitos de corrupção. Além do desembargador aposentado Júlio Roberto Siqueira Cardoso, outros juízes e magistrados também estão sendo investigados por supostamente venderem sentenças. A ação da Polícia Federal visa combater a corrupção no sistema judiciário e garantir a integridade do processo judicial. A justiça deve ser imparcial e transparente. A corrupção não pode ser tolerada.
Desembargador aposentado é alvo de operação da Polícia Federal
O desembargador Júlio Roberto Siqueira Cardoso, que se aposentou do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul em junho de 2024, após 40 anos de atuação como juiz no estado, é um dos alvos da Operação Ultima Ratio, deflagrada pela Polícia Federal. Ele foi desembargador do TJMS, em Campo Grande, desde 1994, e anteriormente atuou como juiz nas cidades de Dourados, Aparecida do Taboado e Parnaíba.
O Ministério Público Federal solicitou a prisão de Júlio Roberto, mas o Superior Tribunal de Justiça negou e permitiu apenas a quebra do sigilo fiscal dele. Segundo a denúncia apresentada pela PF, o desembargador realizou transações imobiliárias de grande monta com o emprego de recursos de origem não rastreável, ou seja, que não transitaram em contas bancárias de titularidade do investigado.
Além dos R$ 2,7 milhões em espécie, a PF também apreendeu documentos e aparelhos eletrônicos na residência do magistrado. A defesa de Júlio Roberto não se manifestou publicamente até o momento.
Outros investigados e afastados de suas funções
Cinco desembargadores foram afastados de suas funções pelo STJ, incluindo o presidente do Tribunal de Justiça de MS, Sérgio Fernandes Martins, e os desembargadores Vladimir Abreu da Silva, Alexandre Aguiar Bastos, Sideni Soncini Pimentel e Marcos José de Brito Rodrigues. Além disso, o conselheiro do TCE-MS Osmar Domingues Jeronymo e o servidor do TJ-MS Danillo Moya Jeronymo (sobrinho do conselheiro Osmar) também foram afastados de suas funções.
Outros investigados incluem um juiz de primeira instância e um procurador de justiça, que não tiveram os nomes divulgados, e dois desembargadores aposentados do TJMS, incluindo Júlio Roberto. A Polícia Federal suspeita de crimes de corrupção em vendas de decisões judiciais e os investigados podem responder por lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas no Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul.
Operação da Polícia Federal
A Operação Ultima Ratio é um desdobramento da Operação Mineração de Ouro, que em 2021 apreendeu materiais com indícios da prática dos referidos crimes. A ação de hoje contou com a participação de 220 policiais federais e servidores da Receita Federal, que cumpriram 44 mandados de busca e apreensão em Campo Grande, Brasília, São Paulo e Cuiabá. Os mandados foram expedidos pelo STJ.
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) se manifestou sobre a operação da PF, afirmando que não vai se manifestar sobre a operação por não ter tido acesso ‘aos autos e ao inteiro teor da decisão que motivou a ação’.
Fonte: © Direto News
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