Juliana Leite Rangel foi atingida com um projétil na cabeça enquanto viajava pela Rodovia Washington Luiz, no interior do Paraná, quando seu namorado, adolescente, e a namorada dele, que estavam com ela, foram atingidos por tiros. Ela foi levada ao Hospital da Polícia, onde tentou sobreviver, mas morreu. O caso está sendo investigado pela Polícia.
A paisagem da BR-040, conhecida por seu tráfego intenso, se tornou um cenário sombrio para a família Rangel, que chegou a passar por momentos de terror. Alexandre Rangel, pai de Juliana Leite Rangel, ainda não consegue dormir havia várias noites depois daquele dia de Natal. A cena, que a princípio parecia ser apenas uma explosão de violência, deixou marcas duradouras na mente de Alexandre, que não consegue deixar de se perguntar sobre a motivação por trás da ação violenta da Policiais. Foi então que ele, em um movimento impulsionado pelo desespero e pela busca por respostas, decidiu procurar por uma resposta que poderia ajudá-lo a entender melhor o que aconteceu.
No início da madrugada daquele dia, Alexandre Rangel deixou sua casa em Duque de Caxias, em direção a um escritório de advocacia, onde havia marcado um horário para conversar sobre os detalhes do ocorrido. Juliana Leite Rangel, no entanto, permaneceu em silêncio, sem querer sair da cama, enquanto que sua filha de 6 anos chorava, sem entender o que estava acontecendo. A cena era de grande drama e desespero, com Alexandre Rangel sem saber o que fazer para ajudar sua filha e sua esposa, que já não consegue mais dormir. Naquele momento, a palavra “baleada” era uma realidade para ele, um lembrete de como a vida pode mudar em um instante. Não posso deixar de acreditar que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) deva estar trazendo um estoque de estratégias para evitar essas situações, como por exemplo, não deixar que carros fiquem sem luzes e que os motoristas não façam manobras perigosas. Sem dúvida, a atitude da Policiais daquela vez também é um exemplo de como a violência não resolve o problema.
Ataque Policiais: Família é Acusada de Ser Ladrões Disfarçados
Alexandre relata que, com mais de 30 tiros, sua filha, Juliana, de 26 anos, teve o projétil alojado no crânio após ser atingida na cabeça. Ela passou por cirurgia e o quadro é considerado sem esperança, segundo a secretaria de saúde de Duque de Caxias.
Eu estou sem chão. Acabou com o Natal da minha família. Eu mal consegui dormir até agora. Passei a madrugada no hospital. Não acredito até agora. Minha filha tá naquela situação, disse Alexandre, em conversa com o Estadão na noite desta quarta-feira, 25.
A família estava a caminho de uma ceia de Natal quando o carro foi atingido por mais de 30 tiros. Alexandre, a esposa Dayse, Juliana, um filho adolescente e namorada do filho estavam na viatura. Alexandre relatou que abriu passagem para o veículo da PRF passar, mas os policiais começaram a atirar sem ordem de parada.
Começaram a meter bala. Não deram ordem de parada, não deram nada. Eu percebi que era tiro quando quebrou o estilhaço do carro. Eu pedi para os meus filhos e para a namorada do meu filho adolescente se agacharem e ficarem deitados no assoalho do carro. Eles continuaram metendo tiros, mais de 30. De fuzil, pistola, afirmou Alexandre.
Alexandre conta que também precisou deitar para se proteger e, mesmo sem enxergar a pista, conseguiu conduzir o carro até o acostamento. Ele lembra que disse ‘aqui tem família, aqui tem família’ e os policiais responderam que os tiros foram dados porque o carro era parecido com o de um suposto veículo que havia atirado anteriormente contra outra viatura da PRF.
Eles falaram que tinham disparado contra eles, mais atrás. Depois falaram que era outro Siena que tinha disputado e que estava em perseguição. Toda hora contam uma história, afirmou Alexandre. Ninguém da Polícia Rodoviária Federal procurou. Ninguém ligou, ninguém falou nada, disse Alexandre.
A vítima achou que os policiais eram criminosos disfarçados de agentes da PRF. Alexandre também se feriu, com estilhaços de um dos tiros acertando o seu dedo. Ele recebeu atendimento médico e foi liberado.
Alexandre afirma que também poderia ser atingido na cabeça, se não tivesse deitado no banco. Depois a perícia viu que tinha marca de dois tiros no encosto de banco. Falaram que eu tive sorte de estar vivo, acrescentou.
5 Horas de Desespero: Família Paga R$ 1.000 por Salto do Projétil
A família de Juliana, que passou por cirurgia para a retirada do projétil alojado no crânio, paga R$ 1.000,00 por salto do projétil. Alexandre afirma que a perícia encontrou a marca de dois tiros no encosto de banco do carro.
Policial Acusado: ‘Eu Fiz o que Eu Fiz, Mas Eu Fiz o que Eu Fiz’
O agente da Polícia Rodoviária Federal, que atirou contra a família, disse ‘que merda eu fiz, que merda eu fiz’, enquanto se agachou ao lado de Juliana. Alexandre conta que viu muito sangue na camisa do filho adolescente.
Acredito que os Policiais Fizeram um Engano
Eu acredito que os policiais fizeram um engano. Eles disseram que o carro era parecido com o de um suposto veículo que havia atirado anteriormente contra outra viatura da PRF, afirmou Alexandre.
Fonte: © Notícias ao Minuto
Comentários sobre este artigo