Centro veterinário conta com equipamento inédito de avaliação da composição corporal de cães e gatos, oferecendo diagnóstico por imagem e análise de áreas específicas do corpo, como doenças osteomusculares e periodontal.
A obesidade se tornou um problema crescente não apenas para a população humana, mas também para os animais de estimação. Isso se deve principalmente à mudança de hábitos alimentares e à falta de atividade física, causando também problemas de saúde, como doenças cardíacas e diabetes, que podem afetar os animais de forma semelhante à do ser humano.
Quando se fala em obesidade em animais de estimação, muitas vezes pensamos apenas na aparência, mas há consequências mais profundas, como o acometimento de doenças. O excesso de peso pode levar a problemas de saúde, como o mau funcionamento do sistema circulatório, que pode causar doenças periodontal e até mesmo problemas nos dentes. A obesidade em animais de estimação também pode provocar a diminuição da capacidade de se locomover, o que pode levar a uma redução significativa na qualidade de vida do animal. Além disso, a obesidade pode ser um sinal de problemas nutricionais, como má alimentação, que podem afetar a saúde geral do animal. Com consequências tão graves, é fundamental cuidar da saúde de nossos animais de estimação, garantindo que eles tenham uma dieta equilibrada e saudável.
Novo centro de pesquisa veterinária inovador em obesidade animal
A exemplo da medicina humana, que já investe em abordagens interdisciplinares e tecnológicas para tratar quadros que comprometem a qualidade de vida, a veterinária também está se direcionando nesse conceito. Recentemente, foi inaugurado o primeiro Núcleo de Multicuidados para pets da América Latina, no Hospital Veterinário da USP, que oferece atendimento especializado em condições como a obesidade, destacando a importância da compreensão desse problema na saúde animal.
Com a presença de profissionais especializados e equipamentos de última geração, como o Dexa, adaptado da medicina humana para a veterinária, o centro visa conduzir pesquisas inovadoras sobre obesidade, dores crônicas e outras condições que afetam a saúde de cães e gatos. O Dexa utiliza raios X de dupla energia para mapear a composição corporal dos animais, fornecendo informações precisas sobre a massa muscular, percentual de gordura e densidade óssea.
O núcleo conta com o apoio da marca de nutrição animal PremieRpet, que investiu cerca de R$ 1 milhão em sua construção. Com esse equipamento, os estudos realizados no centro terão como foco principal a obesidade entre cães e gatos e suas implicações na saúde, buscando entender melhor o problema e encontrar soluções eficazes.
De acordo com Ana Carolina Duprat, head de parcerias estratégicas da PremieRpet, a obesidade é um problema grave que necessita de um entendimento mais aprofundado. ‘Esse núcleo vai fomentar a geração de novos conhecimentos científicos na área, visando melhorar a saúde de nossos pets’, destaca.
O veterinário Thiago Vendramini, professor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, ressalta que o Dexa será fundamental para responder a questões ainda em aberto sobre a relação entre depósitos de gordura em determinadas áreas do corpo e o risco de doenças. ‘Além disso, nosso objetivo é entender melhor como essa condição impacta a saúde dos animais’, acrescenta.
Um levantamento recente realizado pela USP revelou que cerca de 40% dos cães no estado de São Paulo estão acima do peso, o que aumenta o risco de doenças crônicas, como problemas cardíacos, desgastes articulares e dores crônicas. ‘A obesidade é um problema que só perde para a doença periodontal em termos de prevalência entre esses animais’, comenta Vendramini.
Com o objetivo de abordar essa questão, além do equipamento de diagnóstico por imagem, o centro dispõe de uma sala de avaliação clínica, outra para sedação e um ambiente de fisioterapia e reabilitação com esteira convencional e aquática. ‘Nessas instalações, poderemos atender pacientes com quadros como dor crônica e doenças osteomusculares que necessitam de avaliação especializada e um plano de reabilitação física’, destaca a veterinária Maira Formenton.
A equipe responsável pelos atendimentos é composta por profissionais especializados que irão trabalhar em estreita colaboração com os pesquisadores, visando a geração de conhecimento e a melhoria da saúde dos animais.
Fonte: @ Veja Abril
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