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Suspeita de uso ilegal de sistemas do serviço de inteligência: delegado federal Alexandre investiga desdobramento da Operação Última Milha no Gabinete de Segurança Institucional.
O delegado federal Alexandre Ramagem marcou presença nesta quarta-feira (17) na Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro. Era aguardado para esta tarde seu depoimento no contexto das averiguações sobre eventual utilização indevida da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que ele liderou entre 2019 e 2022, sob a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
No entanto, o depoimento de Ramagem foi adiado para a próxima semana, devido a questões de agenda. A expectativa é que o delegado federal Alexandre Ramagem forneça esclarecimentos cruciais sobre as atividades da Abin durante o período mencionado.
Desdobramentos da Operação Última Milha e o Depoimento de Ramagem
As investigações em torno do uso indevido de sistemas da Abin para espionagem política, como parte do desdobramento da Operação Última Milha, continuam a ganhar destaque. O depoimento do delegado federal Alexandre Ramagem, marcado para ocorrer em breve, promete trazer mais luz sobre o caso.
O papel da Abin, órgão de inteligência civil do Brasil vinculado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, tem sido questionado diante das suspeitas levantadas. O ex-presidente Jair Bolsonaro, assim como outras autoridades, está sob investigação nesse contexto.
O depoimento de Ramagem assume uma importância crucial, especialmente após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de levantar o sigilo da gravação de uma reunião ocorrida em agosto de 2020. Nesse encontro, estavam presentes Bolsonaro, o então ministro do GSI Augusto Heleno e advogados ligados a Flávio Bolsonaro, senador e filho do ex-presidente.
As gravações revelaram discussões sobre possíveis interferências em investigações em curso, com o intuito de favorecer o encerramento de processos contra o senador. O material foi encontrado pela Polícia Federal em um computador ligado a Ramagem, levantando questionamentos sobre a transparência do ocorrido.
A revelação do áudio gerou controvérsias, com Bolsonaro mencionando a possibilidade de estar sendo gravado sem seu conhecimento. No entanto, o delegado afirmou que o ex-presidente estava ciente da gravação, acrescentando mais complexidade ao caso.
Ramagem, que também é pré-candidato pelo PL à prefeitura do Rio de Janeiro, mantém uma relação próxima com Bolsonaro, o que tem gerado debates sobre possíveis influências políticas no desenrolar das investigações. A divulgação do áudio não parece ter abalado essa parceria, já que ambos apareceram juntos em um vídeo recente convocando para eventos futuros na capital federal.
À medida que o depoimento de Ramagem se aproxima, a expectativa em torno das revelações que ele pode trazer cresce, lançando luz sobre um dos episódios mais controversos da política recente no Brasil.
Fonte: @ Agencia Brasil
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