Os planos são caros devido à sinistralidade das operadoras e à falta de regulação dos custos na cadeia de serviços.
Garantir a saúde da população é fundamental para o bem-estar de todos. Uma regulação mais intensa no setor de saúde pode contribuir para melhorar a qualidade dos serviços prestados e garantir que todos tenham acesso a um atendimento adequado. Sami Foguel, CEO da Porto Saúde, ressalta a importância de políticas que promovam a saúde e o equilíbrio financeiro das operadoras.
A regulação no setor de saúde é essencial para garantir a sustentabilidade do sistema e a proteção dos usuários. Ao redistribuir os custos de forma mais equitativa, é possível promover uma maior eficiência e reduzir a sinistralidade das empresas. Sami Foguel destaca a necessidade de medidas que fortaleçam o setor de saúde e assegurem um atendimento de qualidade para todos os cidadãos.
Saúde no Setor de Saúde: Equilíbrio Financeiro e Regulação
O executivo ressalta a importância da regulação como um fator relevante para equilibrar as contas de outros setores, evitando que algum ‘elo‘ da cadeia arque com custos que afetam direta ou indiretamente os outros. Atualmente, apenas os planos de saúde estão sujeitos à regulação, o que ele considera apropriado para as empresas que atuam neste ramo especificamente, mas insuficiente para garantir o equilíbrio financeiro do setor de saúde.
‘Todos reclamam dos altos custos. Por que os planos são tão caros? Porque quem gera o custo não é regulado, quem paga a conta é regulado. Então, no final, quem paga são as empresas. Uma regulação geral faria sentido, pensando em custo’, afirma o executivo. ‘A gente ainda tem sinistralidade altíssima, embora em tendência de queda, mas ainda muito alta em comparação com os patamares anteriores. Hoje quem paga tudo são os planos de saúde, as seguradoras. Os hospitais, os fabricantes de próteses materiais, medicamentos, clínicas têm um incentivo de faturar o máximo possível às custas dos planos de saúde’, avalia Sami.
Desafios do Setor de Saúde: Inclusão e Reforma Tributária
O executivo destaca que, com a ascensão de diversas agendas, inclusive a ESG, muito se discute sobre inclusão no Brasil, mas ao abordar essa pauta, é essencial discutir também sobre a inclusão de mais cidadãos na área da saúde. ‘Hoje, tem menos brasileiros e brasileiras inclusos em planos suplementares de saúde do que 10 anos atrás, no percentual da população. Isso é um marco de falha do sistema como um todo’, aponta.
Sami menciona que é prematuro para a companhia tomar uma posição sobre a reforma tributária, pois ainda está em discussão. No entanto, ele ressalta que, ao pensar na perspectiva de tornar a saúde mais acessível para a população, a sociedade precisa ser consciente em relação aos custos dos planos de saúde ao debater este assunto. ‘A gente precisa entender se a gente quer, como sociedade, como Estado, promover e tirar pressão do SUS, promover mais empregos, empregos que deem plano de saúde, ou se é algo que a gente acha que não deva ser promovido. Essa é a discussão que a sociedade está tendo ao falar sobre onerar ou não o setor’, destaca.
Fonte: @ Mercado e Consumo
Comentários sobre este artigo