Equipamentos como o aspirador-robô Ecovacs Deebot X2 enfrentaram ataques digitais, considerados incidentes cibernéticos, em diversas cidades americanas, levando a medidas de prevenção para evitar futuros incidentes.
Os equipamentos eletrodomésticos inteligentes se espalharam rapidamente pelas casas brasileiras nos últimos anos, mas, infelizmente, são mais vulneráveis a ataques digitais. Com a crescente popularidade desses aparelhos, especialistas em segurança preveem um aumento significativo do risco de incidentes cibernéticos.
Com o barateamento desses eletrodomésticos, a segurança e a privacidade dos usuários estão em risco. Dispositivos simples, como fornos inteligentes e geladeiras conectadas, podem se tornar portas de entrada para cibercriminosos. Além disso, a falta de regulamentação sobre a venda desses dispositivos pode tornar difícil para os consumidores escolher opções seguras.
Amostragem dos primeiros dispositivos de controle remoto
Em terras brasileiras, especialistas e profissionais da área alertam para a necessidade de implementação de regulamentações que possam disciplinar o setor dos eletrodomésticos, uma vez que esse mercado ainda possua vasto potencial de crescimento e expansão no país. Aconselhando a prudência, esses profissionais enfatizam a importância do desligamento dos aparelhos quando não forem utilizados e também a necessidade de utilização de senhas fortes, medidas de prevenção de ataques cibernéticos.
Um episódio memorável da série The Big Bang Theory, que foi ao ar em 2008, ilustra a capacidade de controle remoto em um contexto de tecnologia atípico para a época. A personagem Penny, que vivia ao lado do grupo de jovens cientistas em Pasadena, na Califórnia, inicialmente parecia confusa com a ideia de controlar um abajur por comandos via internet. Contudo, para os cientistas, o simples fato de poder controlar um aparelho de qualquer lugar era motivo de entusiasmo.
Entre 2008 e a data atual, o tipo de tecnologia de acesso remoto a objetos pela internet se tornou bastante popular. Essa tecnologia pode ser observada em dispositivos como robôs aspiradores, aparelhos que controlam a iluminação e temperatura, câmeras que capturam todos os ângulos de um cômodo, impressoras e diversos outros eletrodomésticos do tipo. Mas será que esses dispositivos são seguros?
Em outubro, uma notícia que circulou pelo mundo relatou que aspiradores-robô da marca chinesa Ecovacs Deebot X2 foram hackeados em diversas cidades americanas. Os invasores conseguiam controlar os equipamentos, visualizar a casa das vítimas com a câmera dos robôs e até xingar os seus donos. Uma equipe do serviço de mídia australiano ABC fez um experimento em que conseguiu reproduzir a invasão ao dispositivo com ajuda de um especialista em segurança digital. ‘A maior empresa de robótica doméstica do mundo não conseguiu corrigir problemas de segurança com seus aspiradores de pó robóticos, apesar de ter sido alertada sobre eles no ano passado’, escreveu o veículo jornalístico.
A reportagem diz que a empresa chegou a atualizar alguns modelos para prevenir o ataque, mas que diversos modelos ainda estavam vulneráveis. Quase 6 milhões de lares brasileiros não têm acesso à internet, revela IBGE.
Há uma preocupação crescente de que ataques virtuais como esse dos aspiradores possam se popularizar, principalmente porque esses equipamentos são mais vulneráveis a ataques digitais e podem permitir que invasores consigam dados pessoais das vítimas. ‘Esses dispositivos são muitas vezes fabricados com recursos mais baixos em termos de hardware, como processamento e memória, para fins de barateamento de custos de produção. Então é comum que não tenham um sistema criptográfico, ou que não seja eficiente, e não haja espaço para instalar sistemas de antivírus, por exemplo. São geralmente construídos de forma insegura’, diz Yanis Stoyannis, líder do comitê de segurança da Associação Brasileira de Internet das Coisas (ABINC).
Em abril de 2024, o Reino Unido aprovou uma legislação que criou regras mais rígidas para a venda de dispositivos ‘smart’, com o objetivo de dar mais segurança a equipamentos como monitores de bebês.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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