Universidade Federal do ABC busca fortalecer pesquisa, inovação e conhecimento, construindo políticas públicas com participação de populações de favelas, em parceria com Movimentos Sociais, Organizações Não Governamentais e Centro de Estudos de Políticas Públicas para Difusão e Inovação.
A Universidade Federal do ABC (UFABC) — vinculada ao Ministério da Educação (MEC) — deu um importante passo em direção à inclusão social com o lançamento do Centro de Estudos da Favela (Cefavela). A favela é um tema que precisa ser abordado com seriedade e profundidade, e é exatamente isso que o Cefavela busca fazer, produzindo pesquisas, inovações e disseminando conhecimentos que possam melhorar a vida das pessoas que vivem nessas áreas.
O Cefavela tem como objetivo principal articular a academia, órgãos de governo, movimentos sociais e organizações não governamentais para trabalhar em prol das comunidades carentes que vivem em áreas de risco, como as favelas. É fundamental que essas zonas de exclusão sejam vistas como bairros populares que merecem respeito e atenção, e não apenas como áreas problemáticas. Com essa abordagem, o Cefavela busca contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. A educação é a chave para o desenvolvimento, e é exatamente isso que o Cefavela busca proporcionar às pessoas que mais precisam.
Fortalecendo a Luta das Favelas
A partir da consolidação do Centro de Estudos, Políticas Públicas, Movimentos Sociais, Organizações Não Governamentais, Difusão e Inovação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Cepid), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) está trabalhando para fortalecer a luta das favelas no Brasil. Na abertura da cerimônia de lançamento do Cefavela, Jeroen Klink, professor coordenador do projeto, destacou que a universidade pretende participar da construção de ferramentas e instrumentos capazes de potencializar políticas públicas para fortalecimento da luta de ocupações e favelas do Brasil.
Segundo Rosana Denaldi, docente vice-coordenadora da iniciativa, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que existem no país 6,6 milhões de domicílios em favelas, em uma grande diversidade de tipologias de cidades e regiões. Esses territórios, onde se abriga a população mais vulnerável, são os mais atingidos por desastres agravados pela crise climática. As favelas são áreas de risco, onde as comunidades carentes enfrentam desafios diários para sobreviver.
Comunidades Carentes e Áreas de Risco
O reitor, Dácio Roberto Matheus, posicionou o Cefavela como a materialização da missão institucional da UFABC na busca pela disseminação inclusiva de conhecimento. Para o dirigente, esse processo inclui também o envolvimento direto da comunidade, fazendo com que a população das favelas deixe de ser objeto de pesquisa para se transformar em pesquisadora, ao lado de acadêmicos e alunos. As favelas são bairros populares, onde as zonas de exclusão são mais evidentes.
A fase inicial do Cefavela conta com uma equipe de 38 pesquisadores associados, que inclui 11 cientistas de instituições acadêmicas estrangeiras, 15 da UFABC e 12 de outras instituições nacionais. O primeiro edital para seleção de pós-doutorandos foi aberto em setembro e há previsão para concessão de bolsas de treinamento técnico, iniciação científica, mestrado e doutorado. Isso implicará o aumento gradual do número de pesquisadores participantes.
Parceiros e Colaboradores
Além da União Nacional por Moradia Popular (UNMP) como representante da população moradora das favelas, integram o Cefavela como parceiros: o Ministério das Cidades; o IBGE; o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe); a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de São Paulo (USP); a Escuela de Planeación Urbano Regional da Universidade Nacional da Colômbia; o Indian Institute for Human Settlements (IIHS); a University of the Witwatersrand (WITS/Johannesburg/África do Sul); a School of the Built Environment da Oxford Brookes University (Inglaterra); o Geographic Data Science Lab, da The University of Liverpool (Inglaterra); e a Faculty of Geo-Information Science and Earth Observation (ITC), da University of Twente (Holanda). Essa colaboração é fundamental para o sucesso do projeto e para o fortalecimento da luta das favelas.
Fonte: © MEC GOV.br
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