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Saldo do Dia: Renovação das expectativas com corte de juros na última reunião do comitê de política monetária dos EUA.
Nada como a renovação das expectativas de corte de juros nos Estados Unidos para dar aquela animada nos ativos de risco. Dados fracos do mercado de trabalho americano soam como música nos ouvidos dos investidores. Soma-se a isso uma ata da última reunião do comitê de política monetária do país ter parecido, aos olhos do mercado, mais suave, amena, favorável à redução de dólar.
Enquanto o dólar segue em destaque, o mercado cambial global continua atento às movimentações da principal moeda estrangeira. A volatilidade persiste, mas as perspectivas de valorização do dólar frente a outras moedas mantêm os investidores cautelosos. A incerteza econômica internacional reforça a importância de acompanhar de perto as oscilações do dólar nos próximos dias.
Renovação das Expectativas em Relação ao Dólar
No cenário de euforia e próximo ao feriado nos Estados Unidos (4 de julho, Dia da Independência), testemunhamos uma espécie de redenção do real, que se fortaleceu em relação ao dólar, acompanhado por uma reação positiva do mercado de ações. O Ibovespa encerrou o dia com um avanço de 0,82%, atingindo 125.662 pontos após uma jornada de forte alta, ultrapassando a marca dos 126 mil pontos. Contudo, no acumulado do ano, o índice ainda registra uma queda de 6%.
A semelhança com períodos prévios a feriados foi evidente, com um volume de negociações na bolsa sendo considerado moderado. Nesta quarta-feira, o volume financeiro foi de R$ 15,7 bilhões, abaixo da média de R$ 16,8 bilhões dos últimos 12 meses. Ambas as reuniões destacaram os desafios para alcançar a meta de inflação de 2%, sendo que a última reunião observou um progresso modesto e uma perspectiva mais equilibrada. As condições no mercado financeiro apresentaram variações, com abril demonstrando aperto e junho indicando algum alívio.
A ênfase continuou na manutenção de uma política monetária restritiva visando atingir os objetivos de inflação e emprego a longo prazo, conforme avaliação de Valter Bianchi Filho, sócio fundador da Fundamenta Investimentos. A redução das taxas de juros nos Estados Unidos trouxe alívio cambial, pois os títulos de renda fixa perderam atratividade naquele país. Isso resultou em uma redistribuição do dólar em outros mercados, com potencial de retorno mais elevado.
Hoje, o dólar comercial registrou uma queda de 1,88%, sendo negociado a R$ 5,56, impulsionado por uma redução nas taxas de juros públicas americanas. No acumulado do ano, a moeda apresenta uma valorização de 14,75%. Na esfera política interna, que agiu como um catalisador afastando os dólares, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva adotou um tom moderado. Ele reafirmou o compromisso de seu governo com a responsabilidade fiscal desde o primeiro mandato em 2003.
No entanto, não foi apenas isso que contribuiu para a queda do dólar. Conforme destacado pelo economista e colunista do Valor Investe, Alexandre Espirito Santo, a moeda americana estava excessivamente valorizada em relação ao real, sem fundamentos que justificassem esse movimento de alta. Nesse contexto, o que ocorreu nesta quarta-feira é conhecido como ‘correção’, que acontece quando um ativo está significativamente acima ou abaixo do preço considerado justo.
Assim como Espirito Santo, economistas participantes do Boletim Focus também consideravam o dólar em um patamar mais baixo, prevendo que encerraria o ano a R$ 5,20, o que representaria uma queda de 8,4% em relação à cotação atual. O recente comportamento da moeda provavelmente influenciará as projeções do Boletim Focus da próxima semana, podendo resultar em um aumento das expectativas para o dólar em dezembro de 2024.
Com o dólar em queda, as taxas de juros nos Estados Unidos em declínio e Lula em uma trégua com o presidente do Banco Central, as taxas que estavam sob pressão finalmente recuaram. A redução do dólar na ponta curta diminuiu as preocupações com uma possível inflação futura, o que poderia exigir um aumento na taxa Selic para controlá-la. Na ponta mais longa, a reunião de Lula, em consonância com o comitê de política monetária, manteve o foco na manutenção de uma postura restritiva para alcançar as metas estabelecidas.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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