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Entre 2018 e 2021, USP invalidou 7 matrículas após 193 denúncias de autodeclaração racial, usando critérios fenotípicos e videoconferência.
Por meio de videochamada, a Universidade de São Paulo (USP) irá analisar as características fenotípicas dos candidatos que fazem autodeclaração racial para o vestibular de 2025. Após a verificação das fotografias realizadas na primeira etapa da avaliação, que é comum a todos os candidatos autodeclarados pretos e pardos, os candidatos que não forem aprovados serão chamados para uma videoconferência.
Segundo a pró-reitora de Inclusão e Pertencimento, Ana Lúcia Duarte Lanna, a análise dos candidatos segue critérios fenotípicos, como cor da pele e outras características físicas associadas ao preconceito racial. A partir de 2018, a USP recebeu 193 denúncias relacionadas à autodeclaração étnico-racial, o que resultou na anulação de sete matrículas. Em 2022, com a criação da Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP), a responsabilidade sobre o assunto foi transferida para a PRIP, que instituiu a Comissão de Heteroidentificação para lidar com essas questões.
USP aprova criação de banca para coibir fraudes em cotas raciais | LIVE CNN
A autodeclaração étnico-racial é um tema de extrema importância quando se trata da seleção de candidatos em processos seletivos. Na Universidade de São Paulo (USP), a confirmação da autodeclaração racial é realizada de forma minuciosa, visando coibir possíveis fraudes e garantir a efetividade das políticas de inclusão.
A primeira etapa desse processo consiste na análise das características fenotípicas dos candidatos, especialmente daqueles que se autodeclararam pretos e pardos. Essa avaliação é obrigatória e realizada por uma das duas bancas responsáveis, cada uma composta por cinco integrantes capacitados para essa função.
Caso um candidato não seja aprovado na primeira banca, suas fotografias são encaminhadas para a segunda banca, que realiza a análise sem ter conhecimento da reprovação anterior. Essa estratégia visa garantir imparcialidade e rigor na avaliação dos candidatos, evitando possíveis viéses.
Os candidatos que não obtiverem aprovação na segunda etapa são convocados para uma entrevista virtual. Nesse momento, é solicitado que o candidato faça uma autodeclaração de pertença racial, que será gravada e avaliada por uma nova comissão composta por cinco integrantes. Essa etapa é fundamental para garantir a transparência e responsabilidade no processo de heteroidentificação.
Nos casos em que a inscrição é indeferida mesmo após a entrevista, o candidato tem a oportunidade de apresentar um recurso ao Conselho de Inclusão e Pertencimento (Coip). Esse conselho, se necessário, poderá realizar novas entrevistas virtuais, assegurando o direito de defesa e ampla análise dos casos.
Os procedimentos adotados pela Comissão de Heteroidentificação foram estabelecidos pela Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP), demonstrando o compromisso da universidade com a garantia da equidade e transparência nos processos seletivos.
A USP reforça que o processo de confirmação da autodeclaração étnico-racial será uniformizado para todas as formas de ingresso, seja através da Fuvest, Enem USP ou Provão Paulista. Essa padronização busca assegurar a igualdade de oportunidades e o combate ao preconceito racial em todas as etapas do processo seletivo.
Vestibular USP de 2025
O Conselho Universitário da Universidade de São Paulo (USP) aprovou recentemente a tabela de vagas para os cursos de graduação do vestibular de 2025. O número total de vagas oferecidas pela instituição permanecerá inalterado em relação ao ano anterior, totalizando 11.147 vagas disponíveis para os futuros estudantes.
A sessão do Conselho que deliberou sobre as vagas ocorreu em Junho de 2024, reafirmando o compromisso da USP com a transparência e a participação democrática em suas decisões. A universidade adota três formas de ingresso para os novos alunos: o vestibular da Fuvest, o Enem USP e o Provão Paulista, cada um com suas particularidades e critérios de seleção.
Um dos princípios fundamentais da política de ingresso da USP é a reserva de 50% das vagas de cada curso e turno para candidatos egressos de escolas públicas, considerando os três processos de seleção. Esse compromisso com a inclusão social e a diversidade é uma marca registrada da universidade, que busca promover a equidade e a igualdade de oportunidades para todos os estudantes.
No que diz respeito à seleção via vestibular da Fuvest, serão oferecidas 8.147 vagas, distribuídas de acordo com critérios específicos: 4.888 vagas para candidatos na modalidade Ampla Concorrência, 2.053 vagas para candidatos egressos da escola pública e 1.206 vagas para egressos da escola pública autodeclarados pretos, pardos e indígenas.
Já para a seleção pelo Enem USP, estão destinadas 1.500 vagas, sendo 685 vagas para a modalidade Ampla Concorrência, 512 vagas para estudantes egressos da escola pública e 303 vagas para egressos da escola pública autodeclarados pretos, pardos e indígenas. Essa diversidade de vagas e critérios de seleção reflete o compromisso da USP com a promoção da igualdade e a valorização da diversidade étnico-racial em seu corpo discente.
A Universidade disponibilizará ainda 1.500 vagas por meio do Provão Paulista, sendo 558 delas destinadas a estudantes autodeclarados pretos, pardos e indígenas. Essa iniciativa reforça o compromisso da instituição com a inclusão e a valorização da diversidade, garantindo oportunidades iguais para todos os candidatos, independentemente de sua origem étnico-racial.
Tópicos: cotas raciais, São Paulo (capital), São Paulo (estado), USP (Universidade de São Paulo)
Fonte: @ CNN Brasil
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