Segunda dose de reforço oral poliomielite aos 4 anos não é mais necessária.
Crianças brasileiras receberão, hoje em dia, quatro doses de vacina contra a poliomielite, em forma de injeção, aos 2, 4, 6 e 15 meses de idade. De acordo com o Ministério da Saúde, essa alteração em sua estratégia de combate à poliomielite é uma necessidade real, visto que a vacina inativada poliomielite (VIP) é mais eficiente do que a oral, e é aplicada por meio de injeção.
Com a imposição da vacina inativada poliomielite (VIP) como opção de proteção contra a poliomielite, o Ministério da Saúde também busca fortalecer o sistema de imunização brasileiro, protegendo crianças pequenas contra a gotinha e outras doenças. É comum, pois, que, após a aplicação da vacina, as crianças pequenas possam experimentar problemas de saúde, como a imunodeficiência, uma vez que a vacina é capaz de protegê-las contra a doença.
Um novo capítulo na luta contra a poliomielite: a importância da vacina
O vírus da poliomielite, causador de fortes dores em indivíduos que já contraíram catapora, tem sido um desafio para a comunidade médica em todo o mundo. No entanto, com a evolução da tecnologia de imunização, surge uma nova esperança: a vacina injetável. Segundo o médico infectologista Fernando Chagas, essa substituição traz vários benefícios, incluindo a capacidade de vacinar mais pessoas, mesmo aqueles com imunodeficiência. Outro ponto importante é a eliminação do risco de mutação do vírus no ambiente, o que é um problema com o vírus vivo atenuado presente em produtos orais.
A transmissão ambiental é outra questão importante, conforme afirma a médica pediatra e infectologista Silvia Nunes Szente Fonseca. A eliminação de uma parcela do vírus atenuado nas fezes das crianças vacinadas pode disseminar o chamado ‘vírus vacinal da poliomielite‘, causando problemas em casos raros. No entanto, com a vacina injetável, esse risco é eliminado.
Além disso, a mudança para a vacina injetável traz uma simplificação no esquema vacinal. Com a troca, todas as doses da vacina serão injetáveis, o que é mais fácil de administrar e menos doloroso. As três primeiras doses, que já eram da VIP, continuam sendo dadas aos 2, 4 e 6 meses de idade, e, aos 15 meses, as crianças receberão uma dose de reforço, agora injetável, no lugar da gotinha.
A segunda dose de reforço, que anteriormente era administrada de forma oral aos 4 anos, não será mais necessária. ‘A vacina foi potencializada, então a vacina por injeção não necessita de segunda dose de reforço’, diz Chagas.
O papel histórico do Zé Gotinha em campanhas de vacinação também é destacado. Criado em 1986 pelo artista plástico Darlan Rosa, o personagem tem um papel importante no imaginário do País. ‘Quando vemos a fantasia, já sabemos que ali tem vacina, ali as pessoas estão consumindo saúde, ali está existindo uma estratégia de proteção coletiva’, afirma Chagas.
Mesmo com a mudança para a vacina injetável, o ministério informa que a figura do Zé Gotinha continuará sendo símbolo de campanhas de imunização.
A taxa de imunização também está apresentando sinais de recuperação. Em 2023, a cobertura vacinal contra poliomielite atingiu 86,55%, superando os 77,20% registrados em 2022. Ainda assim, ficou longe da meta — 95%.
A vacina injetável é um passo importante na luta contra a poliomielite. Com ela, é possível reduzir o risco de mutação do vírus no ambiente e simplificar o esquema vacinal. Além disso, a figura do Zé Gotinha continuará sendo um símbolo importante de campanhas de imunização.
Fonte: @ Terra
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