Startup utiliza inteligência artificial para identificar comportamento dos alunos e antecipar atrasos nos pagamentos, otimizando o fluxo financeiro e gestão de produto para crescimento orgânico.
Mauro Yolo teve uma experiência marcante ao estudar fora do Brasil, onde precisou realizar um pagamento em um curto período de duas semanas. Foi nesse momento que ele enfrentou a dificuldade de obter financiamento em um banco tradicional para custear seus estudos, o que o levou a buscar soluções inovadoras na área de fintech.
Essa experiência foi um divisor de águas para Mauro Yolo, que percebeu a necessidade de uma tecnologia financeira mais acessível e eficiente. Ele começou a explorar o mundo das fintechs, empresas de tecnologia que oferecem soluções financeiras inovadoras, e logo se tornou um empreendedor nessa área. Com a criação de sua própria startup financeira, Mauro Yolo pôde oferecer soluções de financiamento mais rápidas e acessíveis para estudantes que enfrentavam desafios semelhantes aos que ele havia enfrentado. A inovação financeira foi o caminho que ele escolheu para transformar a forma como as pessoas acessam crédito e serviços financeiros.
Uma Nova Abordagem na Tecnologia Financeira
Ao perceber que outras pessoas poderiam estar enfrentando os mesmos desafios, ele decidiu fundar a Yolo Bank, uma fintech que utiliza inteligência artificial para prever a inadimplência de estudantes universitários. Essa startup financeira acaba de levantar um pré-seed de R$ 3 milhões com a Marathon Ventures, uma empresa de tecnologia que apoia inovações financeiras.
O DNA empreendedor vem da família – os avós e os pais fundaram indústrias de café e chocolate –, mas a fintech não é a primeira incursão de Yolo no mundo das startups. Antes, ele já havia fundado a Vicen, que identificava por meio da saliva qual especiaria tornaria o gim mais palatável para os consumidores. A tecnologia foi adquirida por uma empresa internacional produtora de destilados.
Desenvolvimento e Crescimento
Parte do capital da venda – R$ 1 milhão – foi utilizada para tirar a Yolo Bank do papel, em 2023. A tecnologia foi desenvolvida a partir das dores que ele ouviu ao fazer palestras em universidades e entender o comportamento dos estudantes em relação às finanças. A primeira versão da conta digital para esse público atraiu 400 mil solicitações de abertura no ano passado e despertou o interesse das reitorias.
A instituição de ensino contrata a Yolo Bank e tem acesso a uma plataforma SaaS que oferece visibilidade do fluxo financeiro, com a IA apontando o risco de inadimplência dos estudantes com 10 dias de antecedência, possibilitando a notificação das pessoas. ‘Nós aumentamos a geração de receita das universidades’, afirma o fundador. Caso a dívida seja direcionada para uma empresa de cobrança, são oferecidos descontos de até 85%. No modelo da Yolo Bank, a inadimplência não vai para a Serasa porque entendem o comportamento e sabem quanto o estudante pode pagar.
Parcerias e Investimentos
Fundador solo, Yolo afirma que avaliou potenciais sócios pelo nível de complexidade do negócio, mas que encontrou suporte nos conselheiros que atraiu para o projeto, com experiência em tecnologia, produto e fintechs: Emiliano Arango, ex-CTO da Frubana e conselheiro de outras startups, e Matias Fernandez Graziano, ex-VP de gestão de produto da Frubana e diretor da AstroPay. Foram eles que conectaram a Yolo à Marathon Ventures. ‘Mostrei os números e eles me perguntaram a minha maior dor como solo founder. Estamos com crescimento orgânico, as universidades se indicam’, diz.
A Yolo Bank é a primeira fintech brasileira no portfólio da Marathon Ventures e a primeira vez que a gestora apostou em um fundador solo. O capital do pré-seed será direcionado para contratar mais pessoas para o time, com foco em atendimento e tecnologia, especialmente IA. Com oito colaboradores atualmente, a equipe deve chegar a 20 pessoas até o fim do ano. Setenta e seis universidades já são usuárias da Yolo Bank, atendendo 700 mil estudantes, com maior concentração nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Até o fim de 2025, a fintech espera expandir sua presença em todo o país.
Fonte: @ PEGN
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